A Eletronuclear não está conseguindo se manter sem aportes dos seus acionistas - governo e Eletrobras - e vai promover um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para “desinchar” a folha de pagamento. Segundo o presidente da empresa, Raul Lycurgo, a meta é conseguir a adesão de 480 empregados. Enquanto luta para tentar terminar a usina nuclear Angra 3, a estatal enfrenta problemas internos desde que a Eletrobras foi privatizada.
Segundo fontes, a ideia é que aos poucos a companhia volte a ser 100% estatal, porém, mais enxuta. Além de dívidas acumuladas por não ter levado adiante a obra de Angra 3, a empresa precisou fazer um empréstimo-ponte para garantir a extensão de vida de Angra 1, já que o prazo de funcionamento da usina termina em dezembro deste ano.
A usina de Angra 3 vai adicionar 1,4 gigawatt (GW) ao Sistema Interligado Nacional (SIN), se os planos atuais forem para frente. A previsão é de que a obra, que está 65% pronta, seja finalizada entre 2030 e 2031, mais de 15 anos após as primeiras estimativas para a conclusão da terceira usina nuclear do Brasil. De acordo com fontes, a tarifa deve ficar entre R$ 550 e R$ 650 o megawatt-hora (Mwh).
Custo da usina deve chegar a R$ 25 bilhões
Segundo fontes, a obra deverá ficar em torno de R$ 25 bilhões, R$ 5 bilhões a mais do que o previsto, mas os recursos serão captados no mercado, já que nem o governo nem a Eletrobras querem arcar com o custo. A expectativa é que os prazos das captações fiquem entre 16 e 20 anos, sendo que a maior parte ficará sob responsabilidade de captação pela Eletronuclear.
O estudo que está sendo elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a retomada da construção da usina será entregue ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no dia 29 de setembro, depois de passar por análise da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “O estudo já foi entregue à EPE e está 99,9% pronto”, disse uma fonte.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 15/08/2024, às 19h55.
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