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Bastidores do mundo dos negócios

Ambipar aposta no Oriente Médio como base para crescer no exterior

Companhia planeja centro de treinamento de respostas a emergências nos Emirados Árabes

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Foto do author Alexandre Rocha
Projeção do logotipo da Ambipar no Burj Khalifa, maior prédio do mundo, em Dubai, no dia da abertura do escritório da empresa em Abu Dhabi Foto: Divulgacao/Ambipar

Depois de abrir escritórios em Abu Dhabi e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e firmar protocolos com instituições locais, a Ambipar pretende fortalecer a aposta no Golfo como parte de sua estratégia de expansão internacional. O vice-presidente de Sustentabilidade da empresa, Rafael Tello, está de mudança para Abu Dhabi, de onde continuará a comandar a área. A companhia espera colocar em funcionamento ainda este ano a primeira fase de um centro de treinamento em respostas para emergências ambientais, voltado aos países da região, e também do Norte da África e até do Sudeste Asiático.

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“É uma região próspera, onde há demanda ambiental. Depois da COP 28 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas ocorrida em Dubai, em 2023), eles querem ser referência na área ambiental. Então este é o momento de estrar aqui e expandir os serviços na região do Golfo”, disse Tello à Coluna, acrescentando que 11 executivos da Ambipar estão visitando os Emirados esta semana para reuniões com entidades parcerias.

A Ambipar firmou no final de 2024 um memorando de entendimentos com a o escritório de Investimentos de Abu Dhabi (Adio) e com a Autoridade de Defesa Civil do emirado (Adaca). Em janeiro, assinou um acordo com o Edge Group, empresa do ramo de defesa dos Emirados, com o objetivo de explorar o desenvolvimento conjunto de tecnologias.

Empresa está presente em 41 países

A cooperação com as autoridades e empresas locais vai envolver visitas a instalações da Ambipar nos Estados Unidos e no Brasil. A companhia está presente em 41 países. “Queremos trocar experiências e mostrar um plano robusto para a região”, afirmou o executivo. A ideia é ter no futuro próximo uma equipe operacional dos Emirados para atender a região.

“Com uma base aqui, teremos capacidade de atendimento rápido”, acrescentou Tello. A empresa já tem executivos em Dubai. Rodrigo Paiva e Mohammed Al Rais são, respectivamente, CEO e chairman do grupo na região. Eles ocupam as mesmas posições na filial local do Lide, negócio criado pelo ex-governador de São Paulo, João Doria Junior.

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A Ambipar já tem experiência em emergências no Oriente Médio, o que ajudou a pavimentar o caminho para a presença permanente. O executivo contou o exemplo de um navio petroleiro atingido por projéteis do houthis, do Iêmen, no Mar Vermelho. Além do combate ao incêndio, a companhia atuou na retirada do petróleo, o que impediu o vazamento de 1 milhão de barris.

De janeiro a setembro de 2024, últimos dados divulgados, a Ambipar teve receita líquida de R$ 4,8 bilhões, sendo que 35,4% disso veio de atividades no exterior, especialmente da América do Norte. Na divisão Response, braço de prevenção e resposta a desastres, porém, as operações externas foram responsáveis por 52,42% de um faturamento de R$ 2,43 bilhões no período.

Mais serviços na mira

Numa região dominada pela indústria petrolífera, a resposta a emergências ambientais é essencial, mas a Ambipar quer ir além e oferecer serviços para órgãos públicos e empresas na área de sustentabilidade, incluindo economia circular e mitigação de emissões, a exemplo de gestão e valorização de resíduos, aterro zero, venda de créditos de carbono e até o uso de veículos movidos a combustíveis renováveis.

Apesar de grandes produtores de petróleo, países da região vêm realizando investimentos em energias limpas há anos, antes mesmo da COP de Dubai, principalmente os Emirados. Um dos objetivos é diversificar as economias locais para além do petróleo, apostando numa área com alto potencial de crescimento. Um exemplo é a Masdar, de Abu Dhabi, fundada em 2006, que investe em projetos de energia renovável por lá e no exterior.

Tello garante que a Ambipar não está indo para o Oriente Médio atrás de dinheiro e acrescenta que parte dos US$ 490 milhões captados pela empresa no exterior em janeiro deve “com certeza” ir para atividades na região. “Queremos investir na região, contribuir com as metas de sustentabilidade locais”, declarou. “Mas se encontrarmos recursos de qualidade e baratos, serão bem vindos”, concluiu.

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Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 13/02/2025, às 15:51.

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