
O aplicativo de caronas BlaBlaCar nasceu na França, mas foi no Brasil que encontrou seu maior mercado entre os 21 nos quais está presente: no ano passado, foram 12 milhões de conexões entre condutores e passageiros feitas pela plataforma no País, quase o dobro da nação de origem. “A tendência é que a Índia nos ultrapasse mas, por enquanto, estamos na liderança”, diz Tatiana Mattos, diretora-geral da BlaBlaCar no Brasil. “O brasileiro tem a característica de gostar de formar comunidades digitais e temos essa vantagem a nosso favor.”
Apesar de nascido como um aplicativo de caronas, com passageiros e motoristas dividindo as despesas para um mesmo destino, o modelo de negócios do BlaBlaCar é baseado na venda de viagens de ônibus. Segundo Tatiana, a empresa tem testado cobrar taxas de conveniência em grupos e trajetos específicos de caronas, mas ainda não conseguiu chegar a um modelo bem sucedido no País, onde atua há dez anos. “O brasileiro é muito sensível a preço”, afirma ela.
Assim, é natural que a empresa tenha priorizado os investimentos em sua principal fonte de receitas. Enquanto o número de caronas intermediadas pela plataforma aumentou 35% no ano passado, o de viagens de ônibus cresceu 150%. No total, foram 18 milhões de deslocamentos em 2024. A BlaBlaCar não fornece valor de receita, investimentos, clientes ativos e nem se é sustentável financeiramente no País.
Ideia é aumentar investimentos
De todo modo, a ideia é aumentar os investimentos tanto em mídias sociais quanto no relacionamento com os clientes, sobretudo na venda de passagens. Uma das preocupações da plataforma, de acordo com Mattos, é oferecer sempre preços acessíveis. Parte dessa verba é usada em campanhas contínuas de descontos. Com isso, a expectativa para 2025 é continuar crescendo três dígitos em vendas de passagens de ônibus e dois dígitos em caronas.
O Nordeste despontou como a região com as rotas mais movimentadas e com maior uso de transportes complementares. Além da renda menor, há regiões com pouca ou sem oferta de transporte intermunicipal. “Fizemos parcerias muito fortes com operadores rodoviários no Nordeste”, diz ela. “A lógica da multimodalidade, com a primeira milha sendo percorrida na carona e a viagem maior sendo feita de ônibus, funciona muito bem na região.”
Apesar de ter nascido com força maior entre os jovens universitários, o aplicativo tem visto uma mudança no perfil dos usuários. Em média, ele tem por volta de 35 anos, sendo a maioria homens que viajam a trabalho, principalmente com a implantação do sistema híbrido após a pandemia.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 06/02/2025, às 17:41.
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