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Bain ganha força na disputa para levar a Amil

O empresário Nelson Tanure, por sua vez, abandonou o páreo

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Por Cynthia Decloedt
3 min de leitura
Sede da UnitedHealthcare, empresa do UHG, nos EUA. Amil representa pouco para os negócios mundiais do grupo Foto: JHVEPhoto - stock.adobe.com

A Bain Capital está despontando como uma das favoritas para levar a Amil da United Health Group (UHG), gigante norte-americana de saúde que, após onze anos, desistiu da operação brasileira. Enquanto isso, o empresário Nelson Tanure, que chegou a participar da primeira fase de ofertas não vinculantes, abandonou o páreo. O grupo brasileiro fundado pela família Bueno nos anos 1970 foi comprado pela UHG por R$ 6,5 bilhões em 2012. As ofertas não vinculantes agora circulam em torno de R$ 10 bilhões, segundo fontes.

O Broadcast apurou que o contrato de venda não oferece compensação ao enorme passivo dos planos individuais, modelo que dilapidou o resultado da Amil até aqui. No ano passado, a Amil registrou um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões. A Bain, por sua vez, teria condicionado sua oferta a um tipo de “devolução” para a UHG dos planos individuais, caso não consiga vendê-los de forma segregada.

Um banqueiro contou que a Bain já está em contato com sua antiga equipe no Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI), no qual era uma das investidoras, para estruturar a venda dos planos individuais a um operador de saúde menor. O empresário Irlau Machado Filho, que comandou a Notre Dame Intermédica, foi citado recentemente como candidato a assumir um posto na eventual nova parceria com a Bain. Machado Filho está “solto” no mercado e é reconhecido por ter implementado um plano de reestruturação bem-sucedido na GNDI.

Fundador da Qualicorp também teria interesse

Nesta semana circularam rumores de que o empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, conhecido como Júnior, teria se aproximado da Golden Cross para assegurar uma boa proposta pela Amil. Mas a sensação de quem acompanha o caso é de que, no momento, Júnior é considerado um nome com menos força para vencer a disputa.

O BTG Pactual foi contratado pela UHG para vender o ativo brasileiro. A unidade tem uma pequena representatividade nas operações globais do grupo. No final de outubro, se encerrou o prazo para a entrega das propostas não vinculantes.

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Fontes disseram que, além da Bain, Tanure e Júnior, outros nomes que se aproximaram do negócio foram a família Bueno, donos da Dasa e acionistas minoritários da UHG nos Estados Unidos, o fundo de private equity Advent e a gestora Coruja, do empresário Marcio Schetiini, com passagens no alto escalão do Itaú, conhecedor do segmento e com amplo acesso a potenciais investidores.

Carteira de clientes e ampla operação dão valor à empresa

O grande valor da Amil está em sua rede de clientes e no fato de ser uma operação ampla, com plano de saúde, incluindo oftalmológico e dentário, e rede hospitalar e de oncologia. No entanto, o modelo de planos individuais não se paga mais. Especialistas lembram que a Amil não tem dívidas, mas uma estrutura de custos errada, além de não ter definido qual espaço quer ocupar no mercado de saúde.

Os rumores sobre uma potencial venda da Amil pela UHG são antigos. Questões envolvendo planos de saúde individuais, negócio deficitário na operadora, complicaram a operação. Mas a gestão atual tem procurado arrumar a empresa para a venda.

Em maio, a UHG anunciou Aline Schellhas, que ocupou o cargo de diretora financeira da UHG Brasil e da Amil nos últimos três anos, para ser a presidente da companhia e promover mudanças, como um novo modelo para planos individuais. Procuradas, Bain Capital, Amil e BTG Pactual não comentaram.



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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 15/11/23, às 17h08

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