
Os juros altos no Brasil acomodam os investidores na renda fixa conservadora e “estrangulam” gestores de patrimônio menores e assessorias de investimento dependentes da remuneração por comissão. Esse cenário desafiador é pura oportunidade para empresas como a Azimut Brasil Wealth Management, que planeja mais do que dobrar de tamanho em até dois anos. De olho em boas aquisições, a gestora quer passar dos atuais R$ 12,5 bilhões sob gestão para R$ 30 bilhões.
“Hoje, o processo de consolidação de casas muito boas, com profissionais muito qualificados está muito mais fácil do que era há três anos”, disse Wilson Barcellos, presidente executivo da Azimut Brasil Wealth Management, do grupo italiano de mesmo nome, que tem 113,9 bilhões de euros sob gestão e presença em 18 países. No Brasil, o grupo controla também a gestora de recursos AZ Quest. “Os juros altos estão estrangulando as casas menores, especialmente aquelas que são remuneradas com comissão [pelas transações realizadas pelos clientes]”, acrescentou o executivo.
O presidente da empresa pontua que a gestão de fortunas é um “negócio de escala”. Ele diz que é um mercado “muito difícil”, no qual tamanho importa porque tem custos altos e depende de profissionais altamente especializados, com boa rede de relacionamentos. “A falta de escalabilidade na receita limita a manutenção, no longo prazo, desses profissionais bons e bem remunerados”, diz. Para Barcellos, crescer é, portanto, uma necessidade. “Não é uma opção”, diz o executivo.
Crescimento será orgânico e por meio de aquisições
A expansão da virá de duas formas: organicamente, com o crescimento das carteiras da atual equipe e da rentabilidade do total sob gestão e, principalmente, de aquisições. Barcellos conta que já conversou com 20 casas. “Dessas, nós nos interessamos por apenas 20%”, disse o executivo.
O processo de crescimento inorgânico traz uma vantagem - a rapidez da expansão - e um desafio, segundo Barcellos. “A dificuldade no crescimento por aquisições é manter a cultura e a qualidade do serviço prestado”, segundo o executivo.
Barcellos afirma que a meta de R$ 30 bilhões é o tamanho ideal para essa primeira rodada de expansão da empresa. “Não acredito em metas de dez anos, de longo prazo. Um projeto deve ser para dez anos mas as metas têm de ser para períodos menores. Então, essa é uma meta para uma primeira rodada”, disse o executivo, acrescentando que, nos últimos 12 meses, a Azimut WM teve um crescimento de 50% no total sob gestão.
O plano de expansão da Azimut WM chega em um momento de mudanças no mercado de wealth management brasileiro. Na semana passada, o grupo suíço Julius Baer saiu do Brasil. A operação foi comprada pelo BTG Pactual e anunciada na primeira semana de janeiro. Para Barcellos, a notícia evidenciou como o segmento é complexo e que exige escalabilidade de receita com custos controlados.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 16/01/2025, às 14:16.
O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.