
A Helexia Brasil, braço do grupo Voltalia no segmento de geração distribuída e eficiência energética, deu início à construção de quatro usinas fotovoltaicas no Amazonas, Estado que muitas empresas do segmento evitam devido às complexidades existentes, como condições geográficas, climáticas e ambientais.
As usinas fazem parte de contratos fechados pela empresa junto às empresas de telecomunicações Telefônica Vivo e TIM, e foram a motivação inicial para a Helexia “encarar o desafio”, contou ao Broadcast o presidente da companhia, Aurélien Maudonnet.
As usinas Açaí 06 e Açaí 07, localizadas no município de Iranduba, Açaí 04, na cidade de Manacapuru, e Açaí 09, em Presidente Figueiredo, somam 12,88 megawatts-pico (MWp) de capacidade, estão em fase de implantação e devem iniciar operação ao longo do segundo semestre deste ano.
Estado tem 13,1 mil sistemas de geração distribuída
O Amazonas tem hoje 13,1 mil sistemas de geração distribuída, que somam 234,47 MW de potência instalada. Todos eles são projetos de geração solar fotovoltaica. A maioria (10,89 mil) são sistemas de pequeno porte, que atendem residências, somando 117,3 MW. Outros 2,1 mil são destinados a consumidores comerciais e industriais, com 111,39 MW.
Segundo Maudonnet, ao se debruçar sobre a situação do Estado, a empresa identificou outras oportunidades. “Não fazemos só a construção [das usinas], mas também toda a operação das plantas ao longo de 20 anos, então quando a gente investe num Estado, sempre busca aproveitar melhor nossa presença, vendo parcerias com comunidades locais e oportunidades de negócio”, disse.
Em geração distribuída, o executivo avaliou que existiriam oportunidades para novos sistemas na região de Manaus, particularmente na Zona Franca. “Baixar o uso de energia para as indústrias presentes lá pode ser uma forma de deixá-las mais competitivas no futuro”, diz.
‘Bola da vez’
Ele afirmou que, no caso do Amazonas, além de possíveis novas operações com geração distribuída, a empresa identificou potencial também em projetos off-grid (independentes da rede de distribuição) para comunidades, e iniciativas no campo social.
Adicionalmente Maudonnet destacou potenciais negócios para projetos off-grid, de sistemas solares com bateria, tecnologia que tem sido crescentemente implantada mundo a fora e atualmente considerada a “bola da vez” no Brasil. “Estamos vislumbrando esta oportunidade não apenas no Amazonas, mas acho que é muito bem feito para o Amazonas, porque existem locais no Estado que não têm acesso à energia [da rede], utilizam o motor diesel”, disse.
Ele salienta que, além de das emissões de gases de efeito estufa, o uso do combustível também acarreta complexidades logísticas para o transporte do diesel, especialmente diante da crescente recorrência de seca prolongada na região.
Sistemas Isolados
A Helexia também volta o olhar para o próximo leilão de sistemas isolados, marcado para o fim de maio. A empresa participou do último certame, realizado em 2017, mas não obteve sucesso já que apenas geradores a diesel foram contratados. O executivo lembrou que o governo sinalizou um ajuste das regras para introduzir uma participação mínima de 20% de energia contratada a ser gerada por fontes renováveis, com ou sem soluções de armazenamento.
“Obviamente, precisa entrar em uma parceria com o gerador diesel, mas eu acho que isso está alinhado com a missão da empresa de garantir a transição energética, porque reduz parte do consumo de combustível, e reduz não só a conta, como passa a ter uma energia muito mais segura, no sentido que ela vai existir, o solar vai estar lá”, disse.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 13/02/2025, às 16:43.
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