
A gestão das fortunas das famílias mais ricas do Brasil tem atraído crescente interesse de grandes bancos e gestoras de recursos independentes, em um mercado que movimenta trilhões de reais. Nesse universo, o maior multi-family office (MFO) do País, segundo apurou a Coluna do Broadcast, o UBS Consenso Multi-Family Office, chegou agora a R$ 100 bilhões em patrimônio, levando em conta o dinheiro das operações no Brasil e no exterior. Embora não haja estatística oficial com esses dados combinados, o fundo é reconhecido no mercado como o principal do gênero na indústria. A Anbima, associação das entidades do mercado financeiro, consolida dados desse segmento, porém, apenas com recursos alocados no Brasil. No caso da Consenso, segundo apurou a Coluna, cerca de 40% está no exterior.
A gestora Consenso foi comprada pelo UBS em 2017 e conseguiu permanecer como uma estrutura independente do banco suíço desde então. Vai seguir assim após a fusão do banco com o rival Credit Suisse, afirma o corresponsável pelo UBS GWM Brazil Platform, Luiz Borges, um dos fundadores da Consenso lá em 2003, em sua primeira entrevista após a fusão.
Relutante em falar do MFO, Borges ressalta que a meta é crescer 50% o patrimônio da carteira nos próximos três anos, ajudado por clientes vindos do Credit, que era bem maior no Brasil em gestão de fortunas que o UBS, e por várias fusões e aquisições que envolvem empresas familiares e que criam novos milionários pelo País.
Gestora tem novo executivo
Com a junção dos dois bancos, o executivo Leonardo Bulgarelli, que era do Credit, foi convidado para cuidar da operação do UBS Consenso Multi-Family Office e hoje é o chefe desta carteira. A área de gestão de fortunas começou 2025 movimentada, com o BTG Pactual comprando a operação brasileira do também suíço Julius Baer, focado nesse segmento. Além do BTG, bancos como Itaú e Bradesco são fortes em gestão de fortunas e têm investido no segmento, área que tem atraído também gestoras novas, como a Oriz, a WHG e o BR Partners.
Uma gestora como a UBS Consenso não cuida só do dinheiro das famílias endinheiradas, que no caso do fundo chegam a ter, em média, R$ 250 milhões investidos. Os serviços vão além da gestão e, entre os mais demandados, há assessoria na preparação de herdeiros, em como os super ricos podem entrar na filantropia, em sucessão tributária, nas questões imobiliárias ou para filhos que foram estudar no exterior, e até na compra de obras de artes em disputados leilões em galerias de Londres ou Nova York.
Para isso, a gestora tem 80 contrapartes hoje no mundo, afirma Borges. Muitos clientes são famílias que venderam suas empresas e precisam cuidar do dinheiro. E com várias fusões e aquisições envolvendo companhias familiares nos últimos tempos, a demanda pela gestão de fortunas e seus serviços tem sido crescente, destaca Bulgarelli.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 05/02/2025, às 17:49.
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