Algumas mudanças na Medida Provisória da Eletrobras ajudaram a azedar o humor do mercado em relação à capitalização da companhia. Uma das propostas de ajustes apresentada pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) refere-se à conversão dos empréstimos compulsórios em ações da empresa ao valor de R$ 29 - ontem, o papel era negociado acima de R$ 38. Apenas tais empréstimos somam, conforme o balanço da estatal, R$ 17 bilhões.
A leitura dos investidores é que a manutenção deste dispositivo torna a operação de capitalização inviável, visto que aumenta as incertezas no cálculo do valor futuro das ações da companhia. As ações com direito a voto da empresa chegaram a cair mais de 2% ontem.
Mais um ponto da mudança do texto foi visto como "bode na sala": a temida possibilidade de interferência nesse mercado. O relator da MP levantou questionamentos quanto à possibilidade de concentração nas mãos de um agente sem o controle do Estado.
Mercado vê risco de intervenção
Por isso, sua proposta trouxe uma alteração que permitirá à Aneel, agência reguladora do setor elétrico, intervir por meio da promoção de leilões para venda de parte da energia elétrica por empresas com "elevada participação no Ambiente de Contratação Livre". Ou seja: na prática, com essa mudança, a Aneel poderia intervir na comercialização da energia da Eletrobrás, após a capitalização, vendendo energia no mercado.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 17/05, às 16h06.
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