A Mover, antiga Camargo Corrêa, apresenta aos credores entre hoje e amanhã, 7, o plano de recuperação judicial envolvendo suas dívidas e da InterCement, sua operação de cimento, antes de protocolar na Justiça, na semana que vem. Fontes ouvidas pela Coluna disseram que o plano foi desenhado unicamente pela empresa, sem alinhamento ou aderência dos credores, apenas com intenção de cumprir o prazo previsto pela Lei de Recuperação e Falências.
A expectativa é que o plano continue desagradando aos credores, com a Mover buscando preservar valor para seus acionistas e empurrar suas dívidas, inclusive as com garantia, para a reestruturação por via judicial. O assunto já é alvo de processo judicial entre a Mover e o Bradesco, que tem R$ 3 bilhões a receber da Mover por empréstimo concedido e garantido por ações da CCR.
Por estar garantido, esse passivo não deveria constar entre os que serão reestruturados no processo de recuperação judicial. Tanto que o Bradesco já se antecipou e executou essa garantia no início de janeiro, o que levaria o banco a ficar com fatia de cerca de 14% na concessionária de rodovias.
Dívidas chegam a R$ 14,2 bi
Outros credores também vinham se manifestando contra a conduta da Mover pelas tentativas de incorporar suas próprias dívidas na reestruturação financeira da InterCement, empresa que vem apresentando problemas financeiros há vários anos. As dívidas da InterCement somam cerca de R$ 11 bilhões. Somando as da Mover, chegam a R$ 14,2 bilhões, conforme apresentado na Justiça no pedido de recuperação judicial, em dezembro de 2024.
A percepção é de que haverá um excesso de litígios até se chegar ao desenho de um plano final, que será levado a votação em assembleia de credores. Procurados, Mover, InterCement e Bradesco não retornaram até a publicação desta nota.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 06/02/2025, às 17:58.
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