Os negócios de compra e venda de energia mostraram retomada neste início de ano, após encolherem no quarto trimestre de 2024 em meio à redução da liquidez diante de preocupações com a saúde financeira de algumas comercializadoras e do movimento mais calmo dos preços naquele período. Agora o sinal se inverteu e os preços voltaram a acelerar, trazendo de volta maior volume de negócios, conforme dados da plataforma de negociação de energia BBCE, obtidos em primeira mão pelo Broadcast.
Segundo a empresa, o número de operações mais que dobrou entre dezembro e janeiro, para 4,4 mil contratos, que movimentaram R$ 5,6 bilhões. O volume financeiro corresponde a alta de 88,1% em relação a dezembro passado, embora fique 20,6% abaixo do observado no mesmo mês do ano passado e bem longe do pico de R$ 11 bilhões visto em setembro.
Em volume de energia, foram negociados 40.494 gigawatts-hora (GWh) no mês passado, o que representa um aumento de 71,6% frente a dezembro, mas uma retração de 38,4% ante o registrado no mesmo mês de 2024.
Reversão de preços
Conforme mostrou o Broadcast, os preços da energia para entrega futura iniciaram o ano em queda. No entanto, à medida que as previsões para chuva e hidrologia foram sendo atualizadas, indicando a perspectiva de cenário menos favorável para hidrologia, com um clima mais seco à frente, a tendência se alterou e os contratos para entrega nos próximos meses passaram a subir.
Somente na última semana de janeiro, o contrato da energia convencional para suprimento em março no Sudeste/Centro-Oeste subiu cerca de 19%, para R$ 94,43 por megawatt-hora (MWh). Já o preço da energia para o segundo trimestre de 2025, que iniciou o ano ao redor dos R$ 100 por MWh, encerrou o mês aos R$ 136/MWh.
Energia Incentivada
A BBCE destacou que ao longo de janeiro observou o crescimento dos negócios com energia incentivada - ou seja, proveniente de usinas eólica, solar, térmicas a biomassa ou pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com desconto nas tarifas de transmissão. Foram 6.095,5 GWh transacionados, o que corresponde a um aumento de 20% em relação a janeiro de 2024. Na comparação com dezembro passado, a alta é ainda mais expressiva: 165,8%.
Segundo o diretor-executivo Comercial, de Produtos, Comunicação Externa e Marketing da BBCE, Eduardo Rossetti, a elevada procura por esses ativos está relacionada à estratégia de “hedge de posições”, de forma a se proteger de potenciais variações de preços.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 10/02/2025, às 14:54.
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