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Prio deve emitir até US$ 750 milhões e abrir nova fila de captações no exterior

É esperado que outras empresas brasileiras acessem o mercado de dívida externa

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O conselho de administração da Prio autorizou uma capitalização de R$ 2,5 bilhões na última sexta-feira Foto: Divulgação/Prio

Uma nova fila de emissores brasileiros se forma para captar recursos no exterior à medida que os juros do mercado futuro norte-americano vão se acomodando em patamares mais baixos do que no início do ano. A petrolífera Prio, por exemplo, deve lançar ao mercado de dívida externa uma oferta de bonds (títulos de dívida externa) com prazo de sete anos que pode alcançar US$ 750 milhões nos próximos dias.

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A Prio tem uma concentração de vencimentos de dívidas em 2026, sendo US$ 600 milhões relativos a bonds e outros US$ 800 milhões levantados por outras fontes para capital de giro. Mas sua alavancagem é bastante reduzida. No balanço do terceiro trimestre de 2024, estava em 0,5 vez, considerando o indicador que mede a relação entre dívidas e Ebitda (lucro antes dos impostos, juros, depreciações e amortizações). O balanço do quarto trimestre será divulgado no dia 13.

Além dos vencimentos, a Prio tem uma agenda importante de investimentos em andamento. Parte dela está relacionada ao campo de Wahoo, que deve trazer um novo salto de produção para a companhia. A companhia vem articulando a estrutura financeira para iniciar as perfurações e ligações com outros campos que já explora. Uma capitalização de R$ 2,5 bilhões foi aprovada na sexta-feira, 28/02, por seu conselho de administração.

Nubank, BB e Votorantim também estão de olho

A companhia de petróleo não deve ficar sozinha. É esperado que outras companhias brasileiras acessem o mercado de dívida externa. Entre elas alguns bancos, como o BV, que já tem instituições mandatadas para coordenar a operação. A Coluna apurou que Nubank é outra instituição que estuda uma janela para captação no exterior ainda neste semestre, enquanto BTG Pactual e o Banco do Brasil podem acessar o mercado ao longo do ano. A Localiza também tem bancos contratados para uma oferta de bonds e aguarda o melhor momento para ir ao mercado externo. Outra candidata é a XP, que pretende acessar este mercado ainda este ano, com uma operação entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões.

Até o dia 25 de fevereiro, emissores brasileiros levantaram US$ 10,4 bilhões com bonds. A queda no juro dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de 10 anos após a posse de Donald Trump acelerou as captações dos brasileiros, que ficaram praticamente fora da janela de janeiro. Os papéis de 10 anos do Tesouro dos EUA são uma referência de custo para o mercado de dívida e já estão nos menores níveis desde o início de dezembro. A mínima recente do Treasury de 10 anos foi atingida em setembro, quando chegou a 3,60%.

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Em janeiro, foram ao mercado externo de dívida a JBS USA, Usiminas, Ambipar e Bradesco, juntas levantando US$ 3,5 bilhões. Em fevereiro, o número subiu para US$ 6,9 bilhões com emissões da Vale, Tesouro, Itaú, Raízen, Embraer e a reabertura de bond do Bradesco, que aproveitou a queda do juro. Em janeiro, o banco havia captado ao custo de 6,7% e em fevereiro, na reabertura dos mesmos bonds de 10 anos, a 6%.

Volume de operações no ano pode chegar a US$ 25 bi

É quase unanimidade entre bancos de investimento que o mercado de dívida externa brasileiro vai superar em montante os US$ 20 bilhões levantados em 2024. As projeções são de que até US$ 25 bilhões em bonds por emissores brasileiros serão emitidos este ano.

Procuradas, a Prio informou que não há novas captações comunicadas oficialmente. O BB afirmou que “monitora o mercado de forma contínua e avalia oportunidades para emissão de acordo com as necessidades de funding”. O BV, BTG Pactual, Nubank e Localiza não comentaram.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 05/03/2025, às 16:55.

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