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Notícias do mundo do agronegócio

Banco do Brasil prevê recuperação do agro e reforça atuação no setor

Até o fim do ano-safra 2024/25, o banco espera desembolsar R$ 260 bilhões em financiamento para o setor

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Foto do author Coluna  Broadcast Agro

O Banco do Brasil acredita em melhores resultados do agronegócio brasileiro neste ano. A expectativa de uma safra recorde de grãos e preços mais remuneradores corrobora com o cenário, diz Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco.

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“As margens dos produtores devem retornar ao nível histórico, em patamar positivo”, diz o executivo.

No acumulado do ano-safra 2024/25, iniciado em julho, o banco liberou R$ 138 bilhões em financiamentos ao agronegócio, em 380 mil operações. O desempenho supera em 2,5% o de igual período do ciclo anterior. Até o fim da safra, o BB espera desembolsar R$ 260 bilhões. “Com a maior cautela do produtor, o cenário é desafiador, mas mantemos o otimismo.”

Diversificação da carteira

Na safra atual, o BB reforçou a estratégia de expansão junto aos pequenos e médios produtores de todo o País. “São mais de 200 atividades financiadas em todas as regiões. Queremos ir além do crédito e ser um parceiro do produtor, com seguro, consórcios, assistência”, pontua.

Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil. Até o fim do ano-safra 2024/25, o banco espera desembolsar R$ 260 bilhões em financiamento para o setor.  Foto: Divulgação Banco do Brasil

Capilaridade no atendimento ao agro

Líder em crédito rural no País com 50% do mercado, o BB mira estar mais junto do agricultor pela especialização da rede de agências. Vai ampliar as carteiras especializadas de atendimento ao agro. Serão mais 200 sobre as 1,3 mil atuais. O BB prevê também crescer em convênios com correspondentes bancários, hoje em 4,7 mil.

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Mais verde

A produtividade da soja na área da Coopavel no oeste paranaense deve crescer 20% nos próximos três anos, de 4,5 mil quilos por hectare para 5,5 mil kg por hectare. O incremento virá da ajuda dos defensivos biológicos produzidos na unidade Biocoop. Dilvo Grolli, presidente da cooperativa, estima que o mercado de biológicos salte dos atuais R$ 12 bilhões para até R$ 40 bilhões no próximo ano.

Segundo ele, o interesse cada vez maior do produtor pelo insumo deve fazer o faturamento da cooperativa atingir R$ 6,2 bilhões em 2025, alta de 20%.

Mais sustentável

Uma pesquisa feita pela Coopavel apontou que o meio ambiente também é uma preocupação dos cooperados. Por isso o tema da Show Rural 2025, primeira grande feira do setor no ano, será “Nossa Natureza Fala Mais Alto”. “A responsabilidade ambiental hoje está acima da econômica”, diz Grolli. No evento, que vai ocorrer de 10 a 14 de fevereiro, soluções de biológicos, como as da Biocoop, ganharão mais espaço entre os expositores.

Eles querem

A exportação está impulsionando os resultados da Sorribras, empresa de beneficiamento e venda de feijão e outras leguminosas. O faturamento saltou de R$ 48 milhões em 2023 para R$ 92 milhões em 2024 com 85% das vendas de 13,1 mil toneladas indo para países como Índia, Paquistão, Egito, Vietnã e Emirados Árabes Unidos.

Para sustentar essa expansão, a empresa de Sorriso (MT) investiu R$ 10 milhões na capacidade de armazenagem, conta Alan Fontana, sócio-administrador.

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Lá fora

Para 2025, a Sorribras projeta crescimento de 20% na receita, com o embarque de 15 mil toneladas de leguminosas e venda de até 4 mil toneladas no mercado interno. A empresa também planeja aproveitar a recente abertura do mercado chinês para o gergelim brasileiro.

“Estamos realizando cadastros para exportar para lá, o que nos garantiria acesso aos dois maiores mercados do mundo: o chinês e o indiano”, explica Fontana.

Jogo de cintura

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos exigirá do Brasil uma posição neutra diante da potencial escalada do conflito comercial do país com a China. A avaliação é de Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global. “A China é a grande compradora de produtos do agronegócio brasileiro.

Trump promete políticas comerciais protecionistas que podem embaraçar ampliações e aberturas de mercado no setor agropecuário. Foto: John Bazemore/AP

Os Estados Unidos, por sua vez, têm uma presença relevante com empresas instaladas aqui”, pondera. Para ele, nesse embate, o Brasil deve se manter distante, preservando os seus mercados.

Conab vê ‘problema pontual’ na produção de grãos

A falta de chuvas em áreas da região Sul e o excesso de umidade em Mato Grosso podem reduzir o potencial produtivo de soja e milho verão na safra 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Por enquanto, os problemas ainda são apenas “pontuais” e a produção segue estimada em recorde de 322,25 milhões de toneladas de grãos.

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Com Trump, aumenta a concorrência no agro

O novo governo que se inicia amanhã nos Estados Unidos deve acentuar a concorrência do país com o Brasil no agronegócio. Trump promete políticas comerciais protecionistas que podem embaraçar ampliações e aberturas de mercado entre os países. Já o Brasil pode ganhar em exportações a outros destinos. / COM ISADORA DUARTE, GABRIEL AZEVEDO e LEANDRO SILVEIRA

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