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Securitizadora Opea quer avançar com agro no mercado de capitais

Agro é responsável por 30% das operações da plataforma de securitização

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Por Coluna Broadcast Agro
6 min de leitura

Com a emissão de R$ 150 bilhões em crédito, a Opea, plataforma de securitização, tem no agronegócio uma das suas prioridades para 2024. O setor responde hoje por 30% das operações e a ideia é não parar de crescer. São várias frentes: emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), gestão de Fundos de Investimento de Direitos Creditórios (FDIC), cobrança de recebíveis e banco liquidante de CRAs pulverizados, conta Renato Barros Frascino, head de Agronegócio da Opea. “A expectativa é mais do que dobrar o volume administrado de recebíveis, de R$ 2,5 bilhões em crédito por ano. Hoje gerimos quatro FIDCs agro, com mais de R$ 1 bilhão, e queremos ter mais três até o fim do ano”, prevê.

Setor demanda recursos

A Opea fortaleceu a atuação no agro em 2022, ao adquirir a Planeta Securitizadora. Desde lá, vê apetite crescente do setor produtivo pelo mercado de capitais para obter crédito. “Há grande potencial de crescimento porque o investidor também consegue diversificar riscos”, diz.

A Opea, que gerencia fundos do agro voltados a insumos, pensa também em criar um fundo para financiar silos de grãos Foto: José Patrício/Estadão

Crédito verde na pauta

Responsável pela emissão do primeiro CRA verde em dólar, de US$ 11 milhões em 2022, a Opea espera ampliá-lo para entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões, ante os atuais US$ 47 milhões. “CRA em dólar é alternativa para o produtor sustentável acessar investidor verde estrangeiro”, diz Frascino.

Preservar...

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A Jiantan, startup de Maringá (PR) que paga produtores pela preservação da Mata Atlântica, pagou a dez agricultores do Estado R$ 35 mil por sequestro de carbono. Cada hectare preservado gera um bônus que pode ser vendido a empresas que apoiam a mitigação de carbono na atmosfera. Hoje, o produtor obtém, pela plataforma, R$ 280 por hectare/ano de mata preservada há mais de 20 anos ou até R$ 1 mil/hectare/ano nas primeiras 2 décadas de áreas reflorestadas com mata nativa.

...para florescer

A primeira fase do projeto de pagamentos da Jiantan foi feita em parceria com a Sancor Seguros. A seguradora argentina adquiriu 3.959 bônus de sequestro de carbono por R$ 350 mil, equivalente a 3.959 toneladas de CO2 capturados em áreas de mata nativa. O plano agora é se aproximar de outros produtores, além do setor de grãos, como a cadeia de frango e mandioca, diz João Berdu, CEO da agtech. A expectativa é ter, até o fim de 2024, 1 mil produtores cadastrados, com remuneração total de R$ 2,5 milhões.

Olho no boi

A Durlicouros, de Erechim (RS), quer rastrear, em até 5 anos, 100% de sua cadeia de fornecedores – de pecuaristas a frigoríficos –, para garantir que a matéria-prima não venha de bovinos criados em áreas ilegalmente desmatadas. “Temos um projeto de rastreabilidade em Xinguara (PA), em parceria com o frigorífico Rio Maria”, diz Ivens Domingos, gerente de Sustentabilidade. “Deu tão certo que queremos apoio para ganhar escala.” Nesse período, a Durlicouros rastreou 113 mil bovinos de 40 fazendas no Pará, ante a expectativa inicial de 5 mil animais e 5 fazendas.

Prova cabal

No início, a empresa, que processa 1,2 milhão de peças/ano em 7 unidades no Brasil e 1 no Paraguai, investiu R$ 1 milhão na rastreabilidade de bovinos. Agora quer engajar seus clientes na recém-lançada “Iniciativa de Implementação de Rastreabilidade de Origem Certificada”. “Levamos para Xinguara representantes de várias marcas nacionais e internacionais para conhecerem o projeto”, diz. Para expandir a rastreabilidade a toda a cadeia, seriam precisos ainda R$ 20 milhões.

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Ganha-ganha

O crescente apetite asiático pelas carnes brasileiras é uma oportunidade para a intensificação da pecuária nacional, avalia Caio Penido, presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne. “Os importadores perguntam se conseguimos produzir mais. Eles querem sustentabilidade, mas dependem dos nossos alimentos e respeitam o Código Florestal. É uma relação mais justa”, diz Penido, que acaba de voltar da China.

Agrogalaxy avalia fechar lojas este ano

Após abrir 58 novas lojas nos últimos três anos, o grupo varejista de insumos agrícolas Agrogalaxy estuda o fechamento de unidades ainda em 2023. O motivo é o ano mais fraco para o setor de insumos, com queda nas vendas e no lucro. O desempenho de cada uma das 169 revendas está sendo avaliado para a decisão final, conta Welles Pascoal, o CEO.

Programa de recuperação de pastagens sai do papel

O programa do governo federal de recuperação de pastos degradados deve ser lançado nesta semana, com linhas específicas de crédito ao produtor. A meta do governo é recuperar e converter 40 milhões de hectares em áreas agricultáveis em dez anos. O projeto será uma das bandeiras do Brasil na COP28.

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