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EuroChem pretende investir R$ 200 milhões no Brasil em 2025 e estuda fábrica em MT

Grupo russo prevê colocar no mercado até 6,3 milhões de toneladas de adubos neste ano; empresa afastou plano de fechamento de capital da Heringer

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Foto do author Coluna  Broadcast Agro

O grupo russo EuroChem, dono da Fertilizantes Tocantins e da Fertilizantes Heringer, investirá este ano R$ 200 milhões no Brasil. O foco são melhorias nas plantas no Sudeste e Centro-Oeste e na expansão no Sul, onde quer crescer a participação de mercado de 3% para 6%. Para tanto, reativará a Heringer em Paranaguá (PR) e ampliará a de Rio Grande (RS). Estuda, ainda, abrir uma fábrica em Mato Grosso, com aporte próximo de R$ 15 milhões. Em 2024, a EuroChem aplicou R$ 120 milhões nas fábricas em São Luís (MA), Candeias (BA) e Barcarena (PA), enquanto hibernou unidades em Catalão (GO), Dourados (MS), Querência (MT) e Rosário do Catete (SE), a fim de manter o foco em plantas com maior eficiência logística e tributária.

Oferta de fertilizantes maior em 2025

A EuroChem prevê colocar no mercado de 6,2 milhões a 6,3 milhões de toneladas de adubos em 2025, ante 6 milhões de 2024. A produção de fosfatados em Serra do Salitre (MG), que deve dobrar para 900 mil t, ajudará. A planta foi inaugurada em 2024, após aporte de US$ 1 bilhão.

Além do complexo da Serra do Salitre, que começou a operar em março de 2024, a EuroChem tem 22 misturadoras no País Foto: Eurochem/Divulgação

Heringer seguirá na Bolsa

A empresa afastou o plano de fechamento de capital da Heringer, aventado desde a aquisição, em 2022. “Nos demos conta de que a Heringer ter capital aberto nunca nos impediu de fazer investimentos. Não há nenhuma ação concreta de buscar o fechamento”, afirma Gustavo Horbach, presidente da EuroChem na América do Sul.

Todos juntos

O Ministério da Agricultura quer fomentar a promoção de eventos preparatórios para a Conferência do Clima (COP-30) este ano, em Belém (PA), por entidades do setor produtivo. “A ideia é de que cada segmento, como carnes e soja, organize suas agendas e se una em pautas comuns, como a monetização das florestas em pé”, explica Carlos Ernesto Augustin, assessor especial da pasta.

Foco na floresta

O Ministério da Agricultura pretende, ainda, estimular o debate sobre a regulamentação do pagamento por serviços ambientais para aqueles produtores que preservam áreas além do porcentual exigido pelo Código Florestal e que varia conforme o bioma. A COP-30 vai ocorrer em novembro.

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Avanço

A canadense Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS), do setor de biotecnologia para etanol, vê o Brasil como seu mercado mais promissor e projeta crescimento anual de 20% a 30% no País. Atualmente, detém 40% do mercado de biotecnologia para etanol de milho e 20% no etanol de cana por aqui e pretende dobrar essa participação. Tanto que, de 15 anos para cá, investiu US$ 100 milhões em engenharia genética para esses segmentos.

Expansão

O crescimento deve vir, segundo a LBDS, no aumento da demanda por etanol, impulsionado pelo programa Combustível do Futuro. Além disso, pretende expandir sua presença para além do Centro-Oeste — onde atende usinas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás —, acompanhando a abertura de usinas de etanol de milho em outros Estados. Também acelera pesquisas em etanol de segunda geração, o E2G, produzido a partir de biomassa, e deve lançar uma nova tecnologia ainda este ano.

Cautela

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) defende que o governo federal tenha uma postura de equilíbrio na relação com os Estados Unidos. “Espero que o Executivo não queira vencer Trump na queda de braço, sendo os EUA um mercado importante para o Brasil para café, suco de laranja e borracha, que não pode ser descartado”, diz Pedro Lupion (PP-PR), presidente da bancada. Para ele, não há motivos para o Brasil passar ileso da cruzada de Trump com taxação sobre produtos agropecuários, como o etanol. “O agronegócio precisa se preparar para o que pode vir”, alerta, defendendo retaliações em caso de sobretaxas contra produtos brasileiros.

Importação sem tarifa pode ter efeito reduzido

A decisão do governo federal de zerar a alíquota de importação de diversos alimentos e produtos agrícolas pode ter efeito limitado, segundo analistas ouvidos pelo Broadcast Agro, pois o Brasil é autossuficiente na maior parte dos produtos que tiveram tarifas zeradas. O Goldman Sachs projetou que a medida deve reduzir o preço do milho em 1,3% e o da carne bovina em 0,5%.

Taxação do etanol em foco na conferência da Datagro

O risco de imposição de tarifas pelo governo Trump para a importação do etanol brasileiro deve dominar os debates na conferência Datagro sobre o setor sucroenergético, que será nesta quarta e quinta-feira em Ribeirão Preto (SP). O Brasil adota tarifa de 18% sobre o etanol dos EUA, e os EUA impõem taxa de 2,5%./AUDRYN KAROLYNE, ISADORA DUARTE e LEANDRO SILVEIRA

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