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Comércio ilegal aumentou 45% no País em 2006, diz pesquisa

Pirataria tira pelo menos R$ 18,6 bi anuais em arrecadação de impostos

Por Agencia Estado
Atualização:

O comércio de produtos ilegais em apenas três setores - roupas, tênis e brinquedos - foi de R$ 23,2 bilhões em 2006, o que representa um aumento de 45% em relação a 2005. O número é resultado de uma pesquisa Ibope realizada para a Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi), para a Câmara de Comércio para o Conselho Empresarial Brasil Estados Unidos. A pirataria, segundo o levantamento, tira do País pelo menos R$ 18,6 bilhões anuais em arrecadação de impostos. Este valor, segundo a simulação da Angardi, seria suficiente, por exemplo, para cobrir 45% do déficit da Previdência Social. ?A pirataria, definida como ?o crime do século? pela Interpol, é um dos crimes mais lucrativos do mundo e movimenta anualmente entre US$ 500 a US$ 600 bilhões - superando o tráfico de entorpecentes (US$ 360 bilhões)? alerta José Henrique Werner, diretor da Angardi. Já existe na população um hábito declarado de compra de produtos piratas. Os resultados nacionais indicam que 12% da população brasileira compra brinquedos no mercado informal e 24% compra roupas piratas. Os números mostram que um em cada quatro brasileiros compra roupas no mercado informal. A grande maioria dos entrevistados concorda que a pirataria contribui para a sonegação, diminuindo investimentos em setores como educação e saúde, bem como inibe novos investimentos que poderiam gerar mais empregos no país. Porém, os mesmos entrevistados justificam o hábito de compra com os argumentos de que marcas famosas lucram muito, impõem preços altos e não são prejudicadas seriamente pelo consumo de falsificações, além da produção e comércio de falsificados gerarem muitos empregos nos países pobres, enquanto marcas famosas só criam vagas de trabalho nos países ricos. Em comparação com as pesquisas previamente realizadas, pode-se constatar que não houve alteração no comportamento de consumo da população pesquisada. Na média das três maiores cidades brasileiras, três em cada dez entrevistados declararam nunca ter comprado produtos piratas. Além disso, quatro pessoas em cada dez compram sempre, ou às vezes, produtos de comerciantes, ambulantes e de lojas do comércio informal. O levantamento foi realizado com o objetivo de mensurar diretamente, junto à população brasileira, o consumo de falsificações e cópias não registradas, além de levantar atitudes gerais sobre consumo de produtos ?piratas? e temas correlatos. Foram feitas 1.715 entrevistas em Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte com pessoas com mais de 16 anos. Desse total, 602 entrevistas foram realizadas em São Paulo e Rio de Janeiro e 511 em Belo Horizonte.

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