O crédito farto e o crescimento da renda fizeram o comércio varejista alcançar em 2007 o melhor desempenho desde 2000. Estatísticas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) apontam que as lojas ampliaram no ano passado em 6,15% as vendas na comparação com 2006, levando-se em conta as consultas para compras financiadas e com pagamento à vista apuradas pela entidade. Em 2000, as consultas haviam crescido 7,81%. Só em dezembro, houve um acréscimo 7,9% na comparação com o ano anterior para os negócios a prazo e de 7,7% nas compras quitadas com cheque. Segundo o economista da ACSP, Emílio Alfieri, o ritmo de dezembro deverá ser mantido em janeiro, por causa das fortes liquidações. Para o ano, no entanto, ele projeta um ritmo menor de crescimento, na faixa de 6%. "Esse crescimento na faixa de 7% a 8% não se sustenta." Na opinião do economista, o ritmo deverá ser menor porque a taxa de juros não deve cair na mesma intensidade de 2007. Com a perspectiva de inflação maior, a política monetária também será mais apertada. Além disso, não se sabe ao certo os reflexos da crise imobiliária dos Estados Unidos na economia mundial. Também o pacote tributário anunciado ontem pelo governo, que prevê aumento do IOF para nas operações financeiras, pode atrapalhar as vendas.