O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou hoje que o consumo de combustíveis no Brasil teve um crescimento total de 3,2% este ano, incluindo o mês de novembro. Segundo ele, não houve nenhum impacto da crise econômica mundial para puxar esse consumo para baixo no mês passado. "O que tivemos foi uma retração do consumo de diesel que acontece tradicionalmente nesta época com o final da safra", afirmou. O diretor não quis fazer projeções sobre o consumo em 2009. Ele disse que estas estimativas só deverão constar do plano de investimento da empresa, que deverá ser divulgado até o dia 20 dezembro. Segundo ele, a Petrobras marcou a última reunião de conselho do ano para o dia 19 de dezembro e a expectativa é de que o plano seja definido neste dia ou, no máximo, no dia seguinte. Ainda segundo o diretor, estão descartadas possíveis mudanças no cronograma de implementação do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). "Considero uma miopia essa análise que vem sendo espalhada por aí de que poderíamos alterar este cronograma", frisou o diretor. Costa não teve a mesma ênfase para afastar a possibilidade de adiamento ou mesmo cancelamento nos investimentos nas duas refinarias que estão programadas para o Maranhão e o Ceará. Ele apenas distinguiu o Comperj, dizendo que "obras já iniciadas não vão parar". O diretor salientou, ainda, que não acredita que a crise financeira se prolongue por muitos anos e lembrou que as obras destas refinarias e do Comperj são para o mercado a partir de 2013. "Assim como não acreditávamos que era real um barril de petróleo a US$ 150, também não acreditamos que o barril a US$ 50 seja sustentável por muito tempo", disse o diretor. Costa completou que a Petrobras deverá terminar o ano com saldo positivo em sua balança comercial, mas não soube precisar o volume de exportações e importações. Ele apenas citou que, em paralelo ao volume de óleo exportado, a Petrobras vai exportar 605 milhões de litros de etanol, sendo 100 milhões de litros para o Japão e o restante para os EUA. O volume representa um aumento de 400% em relação ao exportado em 2007.
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