O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 21, que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 2,5% em 2020 - acima da última revisão realizada pela sua pasta, que projeta alta de 2,4% para a economia. A estimativa foi feita durante o painel "Perspectiva Estratégica - América Latina" do Fórum Econômico Mundial 2020, em Davos.
Ele comparou a economia brasileira com uma "grande baleia, de dimensões continentais" e disse que o governo está "removendo os arpões que travavam o crescimento" do País, citando o descontrole fiscal.
Com o controle dos gastos, disse, o Brasil está mudando seu mix econômico e vai aumentar a participação do setor privado na economia. "O mix sempre foi com o lado fiscal solto e o monetário preso e, agora, é com o lado fiscal preso e o monetário, solto", afirmou.
Guedes comemorou a aprovação da reforma da Previdência que, disse, teve aprovação da população e atacou frontalmente os privilégios do funcionalismo público. "Não apenas o governo estava gastando muito, como era um gasto de baixa qualidade", pontuou, afirmando que "ao contrário de países como a França, a reforma teve apoio popular".
Segundo o ministro, agora a prioridade deve ser aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos gatilhos emergenciais, garantindo aos governos regionais e ao governo federal a possibilidade de congelar a folha de pagamentos dos seus funcionários, bem como desacelerar a taxa de crescimento do débito. "Atacamos a previdência, atacamos os pagamentos de juros na dívida pública e, agora, a folha de pagamentos", afirmou.
Aposta em educação
O governo federal planeja reduzir em até 40% o custo da energia no Brasil, de acordo com Guedes, que voltou a dizer que a energia barata vai "reindustrializar o País."
O ministro afirmou ao presidente da empresa argentina de energia YPF, Guillermo Nielsen, que o Brasil tem interesse no gás do país vizinho. "Queremos fazer a ligação com Vaca Muerta", disse Guedes sobre a reserva de gás da Argentina.
Ele defendeu o combate às taxas sobre o emprego para reduzir a desigualdade no País. "Queremos transitar para um novo mundo e eliminar a taxa mais cruel que existe, que é a taxa sobre o trabalho. As taxas sobre o salário fazem com que ele seja pequeno para quem recebe e muito caro para as empresas", disse o ministro, que defendeu a "remoção total" disso para a juventude.
Guedes afirmou que o País vai aumentar os investimentos em educação para aumentar a produtividade da economia no País. "Vamos dar suporte massivo à educação nos estágios iniciais, com recursos, vouchers, para ajudar a educar crianças nesses estágios", defendeu, sem detalhar a política.
Por fim, o ministro disse que planeja aumentar a competição na economia brasileira. "No Brasil, 200 milhões de pessoas precisam comprar serviços de construção de seis empreiteiras, serviços bancários de seis bancos. Cartel aqui, cartel ali, cartel por todo lado, porque não gostamos de competição."