A Petrobrás enviou na semana passada resposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que solicitou informações à estatal depois de receber duas queixas de irregularidade na distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio. O primeiro questionamento foi feito pelo advogado especialista em mercado financeiro Ricardo dos Santos Freitas, do escritório de advocacia Freitas & Leite. Já a segunda petição foi encaminhada pela Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais (Animec). Esses pedidos foram encaminhados ao colegiado que, antes de iniciar a análise, decidiu pedir explicações à Petrobrás. Segundo a Assessoria de Imprensa da autarquia, de posse das explicações da estatal, o colegiado da CVM vai deliberar sobre o caso nos próximos dias. Não existe, contudo, um prazo formal para o julgamento da questão. A expectativa do mercado é de uma resposta rápida, já que o volume financeiro envolvido é elevado, segundo Freitas. "A empresa deixou de pagar R$ 0,25 por ação na distribuição dos recursos do balanço de 2000 e R$ 0,15 no pagamento antecipado deste ano, que juntos equivalem a mais de R$ 150 milhões", afirma. Perspectivas Depois dos ataques terroristas aos Estados Unidos que pressionaram para baixo o preço das ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações da Petrobrás são as únicas recomendadas pelos especialistas do mercado financeiro. A ação da estatal é a que menos tem sofrido com o mergulho do mercado acionário. No acumulado de setembro, o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bovespa - registra uma queda de 21,85%. Já as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobrás estão em baixa de 8,51% no mesmo período. Além disso, a aposta é que o papel será favorecido caso o dólar se continue valorizando diante do real e se o preço do barril permanecer elevado no mercado internacional. Pelos dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), os fundos com recursos do FGTS rendem 65,74%, em média, e os livres, 66,52%.