Luciano Link Andretta, engenheiro de 37 anos que fundou a Riwa Soluções Eletrônicas, gosta mesmo é de desenvolver produtos. Ele criou uma lâmpada de nanoleds para iluminação pública, que promete redução de 80% no consumo de energia elétrica. A cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, está usando 60 delas.
O nanoled tem menos de um milímetro, comparado a cinco milímetros do led normal. "A lâmpada eletrônica tem um custo de 30% a 40% maior, mas dura de sete a oito vezes mais", explicou Andretta. "Dá para recuperar o investimento em seis meses, com a redução de consumo."
A produção das lâmpadas começou há seis meses, e existem 100 peças em teste. Apesar de mais cara que a lâmpada convencional de iluminação pública, o diretor da Riwa promete entregar seu produto pela metade dos R$ 2 mil que costumam custar os similares de grandes fabricantes multinacionais.
"Sou competidor, mas também sou cliente desses fabricantes", disse Andretta. "Na minha lâmpada, uso componentes da Philips e da Osram. O chip é da GE." A linha de produção montada por Andretta tem capacidade de produzir 400 unidades por dia. A fábrica está em Gravataí (RS), mas o escritório da empresa está instalado no Tecnopuc, parque tecnológico da Pontifícia Universidade Católica, em Porto Alegre.
O engenheiro tem muitas ideias de produtos. Vendo os copos térmicos que podem ser ligados no conector de energia do carro, ele criou uma chapinha para cabelos que também pode. "Vamos lançar a chapinha em março", contou Andretta. "Mas estou pensando em outra marca, talvez Riwa Beauty, para não se confundir com as lâmpadas."
Iluminação. O engenheiro também criou uma lâmpada de leds para o mercado residencial. "Existe muito produto chinês, de baixa qualidade, no mercado", disse o empreendedor.
Diferentemente da lâmpada incandescente, em que a luz se propaga em todas as direções, o led cria um feixe de luz. Para resolver isso, Andretta criou uma peça oval de plástico, com várias aberturas em que os leds são encaixados, iluminando o ambiente em todas as direções. Os produtos piratas normalmente não têm esse cuidado. As opções de grandes fabricantes, que resolvem esse problema, são muito caras.
Para o empreendedor, é importante estar no Tecnopuc: "Se tenho alguma dúvida, vou até a biblioteca e resolvo na hora. Se preciso falar com um professor e tiver dificuldade de marcar uma conversa, posso ir atrás dele no restaurante".
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