Agravamento do acidente nuclear no Japão dispara realização

A tragédia nuclear no Japão volta a pesar sobre os mercados financeiros internacionais. Um mês depois do terremoto seguido de tsunami, as autoridades japonesas elevaram a gravidade do acidente para o grau máximo (7), mesmo nível do desastre de Chernobyl, em 1986. A informação dispara uma onda de realização de lucros no exterior.

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Por Redação
Atualização:

Após semanas de ganhos, os investidores se retraem e as bolsas da Europa entram em rota de queda próxima a 1%. O petróleo, que passou por forte correção ontem após relatório do Goldman Sachs, exibe cautela nesta manhã. O dólar, entretanto, não consegue manter a recuperação vista na véspera e volta a cair no exterior.

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"Estamos elevando o nível de gravidade para 7 já que o impacto dos vazamentos de radiação se alastrou pelo ar, alimentos, água encanada e o mar", disse Minoru Oogoda, da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão, segundo a BBC.

Conforme a Dow Jones, um porta-voz da Tepco, operadora da usina de Fukushima, não descartou a possibilidade de o vazamento de radiação atingir a mesma quantidade ou até superar o volume de Chernobyl. A Bolsa de Tóquio fechou em queda de 1,69% e as ações da Tepco despencaram mais 10%.

A notícia pega os ativos financeiros nas máximas, em meio ao apetite por risco presente entre os investidores nos últimos dias. Os mercados vêm ignorando todos os choques recentes, movidos pela forte liquidez internacional. Por ora, o movimento de hoje está sendo visto como uma correção. "Provavelmente, reflete apenas uma realização de lucros depois do forte desempenho dos ativos de risco nos últimos dias", avalia Kasper Kirkegaard, analista do Danske Bank.

A confiança está ancorada na percepção de que a recuperação econômica global segue firme. Ontem, o Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projeção de crescimento mundial em 4,4% em 2011 e em 4,5% para 2012. Porém, rebaixou as estimativas para os Estados Unidos de 3% para 2,8% neste ano.

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A política monetária frouxa do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) continua como o motor da disposição dos investidores. A estratégia é potencializada pela postura completamente diferente do Banco Central Europeu, que já começou a subir os juros - algo que o BC dos EUA só deve fazer no próximo ano.

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