O BC norte-americano constatou ontem que a economia realmente está melhorando e deve crescer entre 3,4% e 3,9% neste ano. Entretanto, voltou a dizer que o desemprego continua elevado, sinal de que os juros seguirão no chão. "A visão do Fed ainda é a de que a inflação continua abaixo do que julga consistente com seu mandato. Isso claramente não aponta para uma alta dos juros tão cedo", escreve Trevor Williams, economista-chefe do Lloyds Bank.
Era exatamente isso que os investidores queriam ouvir neste momento, já que o comportamento dos preços passou a ser acompanhado mais de perto também nos EUA, diante das preocupações com a disparada dos alimentos e da energia pelo mundo. A inflação ao produtor dos EUA subiu 0,8% em janeiro, em relação ao mês anterior, para seu patamar mais alto em mais de dois anos.
"Apesar de os números ainda estarem contidos, a tendência é claramente de alta e o risco é que isso comece a passar para a expectativa das pessoas e para o mercado de títulos", avalia Jim Reid, estrategista-chefe do Deutsche Bank.
Hoje, às 11h30 (de Brasília), será conhecida a inflação ao consumidor, com estimativas de alta de 0,3% para o índice cheio - que dessa forma chegaria a 1,6% na base anual, o mais elevado desde maio de 2010, segundo o Rabobank. No mesmo horário, a agenda também traz os pedidos de auxílio-desemprego e, às 13h, os indicadores antecedentes de janeiro e a atividade regional do Fed da Filadélfia, além do discurso de Ben Bernanke no Senado dos EUA, sobre a reforma financeira.
Ontem, o ânimo dos mercados internacionais acabou esbarrando nas tensões geopolíticas. Israel alertou que dois navios da Marinha do Irã entrariam no Mar Mediterrâneo e passariam pelo Canal de Suez rumo à Síria, o que não acontece desde 1979. Além disso, a onda de protestos contra as ditaduras continua na região, depois de se espalhar pelo Iêmen, Argélia e Líbia.
O ambiente nesta manhã é de cautela nos mercados internacionais e as bolsas de Londres (-0,03), Paris (-0,11%) e Frankfurt (-0,04%) caiam às 9h12. O petróleo WTI cedia 0,47%, para US$ 84,59.
No mesmo horário (acima), o euro cedia para US$ 1,3559, de US$ 1,3570 ontem no final da tarde. O dólar valia 83,62 ienes, de 83,69 ienes na véspera.