O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou muito "importante e acertada" a medida tomada pelo Banco Central, na quinta-feira, que mudou a forma de recolhimento do compulsório sobre depósitos a prazo. "Não se pode guardar dinheiro dentro do colchão. As pessoas precisam de crédito", disse o presidente já no aeroporto desta capital, em Cuba, de onde seguirá para São Paulo. Veja também: BC muda compulsório para incentivar compra de carteiras De olho nos sintomas da crise econômica Veja os reflexos da crise financeira em todo o mundo Lições de 29 Como o mundo reage à crise Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Dicionário da crise Questionado se a medida havia sido tomada por sua ordem, Lula disse que não interessa quem deu a ordem, mas sim que as medidas foram tomadas. Segundo ele, outras poderão ser tomadas sempre que for necessário, pois é função do governo manter as linhas de crédito irrigadas. "Não vai faltar recurso. Dinheiro tem, não dá é para ficar represando", disse Lula. O presidente disse que tem conversado "todos os dias, todas as horas", com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para avaliar a crise e o que é preciso fazer para amenizar seus efeitos. A mudança feita pelo BC prevê que apenas 30% do compulsório seja recolhido em títulos públicos e 70% em espécie, que não é remunerada. Atualmente, todo o recolhimento sobre depósitos a prazo é feito em títulos públicos. A intenção do BC é fazer com que os bancos utilizem a liberação do compulsório para comprar carteiras de crédito de instituições menores.
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