A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, tem deixado claro que prefere adiar a alta da taxa de juros do que agir mais cedo e correr o risco de afetar a fraca recuperação econômica, convicção que enfrentará seu mais duro teste nesta quinta-feira.
O Fed vai divulgar sua decisão sobre a taxa de juros ao final de dois dias de reunião num cenário de quase pleno emprego, mas com inflação e crescimento salarial fracos.
Uma alta dos juros seria a primeira nos EUA em quase uma década. Observadores do Fed, no entanto, veem chances divididas sobre o resultado, diante do desejo repetidamente declarado de Yellen de ver os trabalhadores conseguirem mais benefícios da recuperação, aliado aos preços subindo sem força e a uma variedade de riscos globais.
"A chave é o que Yellen acha e minha aposta é que ela vai querer esperar", disse o economista-chefe da Moody's Analytics Mark Zandi. "Se você se colocar no lugar dela, não vai querer errar por agir muito cedo."
Esse é um erro que o Banco Central Europeu cometeu duas vezes em 2011.
Além da divulgação do comunicado de política monetária às 15h (horário de Brasília), as autoridades do Fed também publicarão uma série nova de projeções econômicas que fornecerão uma ideia sobre o ritmo esperado de subsequentes altas de juros e outros importantes indicadores econômicos.
Investidores, economistas e analistas estão bastante divididos em torno da decisão do Fed, se o banco central elevará os juros ou se irá esperar mais um pouco diante das preocupações com a saúde da economia global.
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