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Desemprego médio em 2002 foi de 11,7%, diz IBGE

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa média de desemprego atingiu 11,7% em 2002, divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O cálculo da desocupação foi feito de acordo com a nova metodologia utilizada desde novembro pelo instituto. Em 2001, segundo o método antigo, a taxa havia sido de 6,2%. Em dezembro, o desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi de 10,5%. Segundo a economista do departamento de emprego e rendimento, Shyrlene Ramos de Souza, o mercado de trabalho no País está "estável". Ela explicou que a introdução de nova metodologia na pesquisa impossibilita análises comparativas do ano passado em relação a iguais períodos do ano anterior. Para tentar driblar essa limitação, ela avaliou os dados de janeiro a novembro de acordo com a metodologia antiga. Eles mostram, segundo a economista, que o mercado de trabalho "não piorou", mesmo que a taxa de desemprego média tenha subido de 6 2% em 2001 para 7,3% até novembro do ano passado. "A ocupação cresceu, embora tenha sido puxada pelo emprego informal. Mas é melhor o emprego sem carteira do que o desemprego", disse. Segundo ela, os dados de dezembro, de acordo com a metodologia antiga, estão sendo calculados e serão divulgados dentro de duas semanas, mas não deverão mudar esse cenário. Shyrlene argumenta que a ocupação no ano passado cresceu 1,7% de janeiro a novembro, porcentual superior ao registrado em 2001 (0 7%). Ela considera a evolução do número de ocupados o principal indicador de tendência do mercado de trabalho. No ano passado, ainda de acordo com a metodologia antiga e levando em conta dados até novembro, o número de empregados com carteira assinada cresceu 2%, enquanto os sem carteira aumentaram 3,8%, engrossando o contingente de trabalhadores informais. No que diz respeito a dezembro, Shyrlene também diagnosticou "estabilidade". A taxa no mês, de acordo com a nova metodologia, foi de 10,5% ante 10,9% em novembro. Ao contrário dos meses anteriores, a análise dos dados do mês foi feita apenas no confronto com novembro, eliminando as comparações com igual mês do ano passado, também como resultado da introdução da nova metodologia. A pesquisa revelou que a população em idade ativa, ou de 10 anos ou mais, somava 36,53 milhões em dezembro nas seis regiões (São Paulo, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador). Desse total, 18 milhões estavam ocupadas. Entre os ocupados, 0,4% tinham entre 10 e 14 anos de idade e o maior porcentual (64,1%) estavam na faixa etária entre 25 e 49 anos. Segundo o IBGE, a população não economicamente ativa (não trabalha nem está procurando trabalho) somava 16,3 milhões em dezembro. Desse total, 3,5 milhões gostariam de trabalhar, mas outros 12,8 milhões não gostariam, ou seja, são aposentados, estudantes ou donas de casa. Entre os que gostariam de trabalhar 41 mil formavam o grupo dos "desalentados", que procuraram emprego por pelo menos seis meses e desistiram porque não encontraram colocação ou não havia vaga com remuneração ou qualificação adequada. Renda Os números do rendimento médio real, relativos a novembro, confirmaram a tendência de queda. Houve redução de 2 3% na renda habitualmente recebida - sem bonificações - na comparação com outubro, totalizando R$ 879,79. No que diz respeito ao rendimento real efetivamente recebido (que inclui horas extras, gratificações e demais extras como 13.º salário), houve crescimento de 0,7% ante outubro. Segundo Shyrlene, esse pequeno aumento foi resultado do pagamento da primeira parcela do 13º.

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