Dilma classifica de 'absurda' crítica contra a Petrobras

Ministra afirma que governo já emprestou dinheiro para outras empresas, como Sadia, Aracruz e Votorantim

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A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira, 28, que considera absurda a crítica da oposição sobre o empréstimo de R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal (CEF) à Petrobras. "O fato de emprestarmos para a Petrobras não significa que não emprestemos para outras empresas", disse Dilma, após dar uma palestra sobre os impactos da crise mundial no Brasil, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "A Sadia teve recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), nós emprestamos para a Aracruz, nós emprestamos à Votorantim. Mas agora que história é essa de que não podemos emprestar para uma das empresas mais sólidas do Brasil?"   Veja também: Empréstimo da Caixa à Petrobras preocupa, diz especialista Petrobras divulga comunicado sobre sua saúde financeira Governo minimiza socorro de R$ 2 bi da Caixa à Petrobras Senado ouvirá Meirelles e presidentes da Petrobras e Caixa De olho nos sintomas da crise econômica     Para a ministra, a crise internacional e a restrição ao crédito externo justificam a ação da Caixa. Dilma disse ainda discordar que o banco tenha se desviado de suas funções originais, como direcionar recursos para o crédito imobiliário, ao emprestar dinheiro à Petrobras. "Os bancos públicos federais são grandes instrumentos do País para que a crise de crédito não tenha um efeito perverso sobre toda a economia. A Caixa Econômica Federal pode perfeitamente emprestar para a Petrobras. A Petrobras é uma ótima pagadora. Além disso, à Caixa não está faltando recursos, pois o governo liberou - e não só para a Caixa - mais de R$ 100 bilhões de compulsórios, para os bancos em geral", afirmou Dilma. "Então não há falta de crédito. Há uma disputa política absolutamente indevida."   Na quinta-feira, a Petrobras divulgou comunicado a respeito de sua saúde financeira. De acordo com a companhia, seu Plano de Negócios no período de 2008 a 2012 prevê investimentos de US$ 112,4 bilhões (média anual de US$ 22,5 bilhões), com necessidade de captações médias anuais de US$ 4 bilhões.   Um dos argumentos da ministra para defender o empréstimo foi considerar a Petrobras "uma das principais alavancas de crescimento do País". "O pré-sal é uma das coisas mais importantes que tem no País e mostra justamente o imenso potencial da Petrobras. É fantástico que nós, por questões de divergências político-partidárias, questionemos um empréstimo que é absolutamente normal", afirmou a ministra. Durante sua palestra, Dilma apontou a exploração do petróleo da camada de pré-sal como uma das principais saídas para a retomada do crescimento brasileiro. "Se tem uma empresa no Brasil que qualquer banco do mundo irá emprestar, assim que passar esse medo dos mercados, é a Petrobras."

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