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Diploma de mais jovens tem risco maior de ir para gaveta

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, mostram que, quanto mais jovem, mais difícil de conseguir uma colocação de nível superior

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Por Douglas Gavras
Atualização:

É verdade que o desemprego de quem tem formação universitária, de 7% no segundo trimestre, é mais baixo do que o da média da população (12%), mas a situação dos brasileiros com maior qualificação só piorou nos últimos cinco anos. E quanto mais jovem, mais difícil de conseguir uma colocação de nível superior.

A contadora Mariana da Silva Gomes aprendeu a ser manicure ainda durante a faculdade Foto: Estadão

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É o que apontam os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE

A crise acabou matando as melhores vagas, de qualificação mais alta, afirma a pesquisadora da iDAdos, Ana Tereza Pires. “A oferta de trabalho bem remunerado e de maior qualidade caiu e o trabalhador, que tinha acabado de se formar e estava tentando entrar no mercado depois da crise, foi obrigado a competir com os mais experientes que perderam o emprego.”

Ela diz que, apesar de a oferta de brasileiros com nível universitário ter aumentado antes da crise, sobretudo pelos programas de financiamento e de bolsas de estudo, é a baixa demanda por esses profissionais que explica essa situação.

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A desocupação de quem tem nível superior aumentou quase quatro pontos porcentuais desde 2014, antes da recessão.

Os dados da Pnad Contínua, compilados pela consultoria também apontam que os trabalhadores mais jovens, que costumam ser os mais frágeis nas relações de trabalho, são também os que mais sofrem neste caso. 

Entre os trabalhadores com formação superior e idades entre 25 e 34 anos, 34% estavam em funções, formais ou informais, que exigiam qualificação mais baixa. Para os que são mais velhos, esse porcentual varia entre 26% e 28%.

Alternativas durante o curso superior

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A contadora Mariana da Silva Gomes, de 28 anos, aprendeu a ser manicure ainda durante a faculdade. O ofício ajudava a se manter enquanto estudava, mas ao tentar procurar um emprego na área, ela percebeu que as poucas vagas que apareciam pagavam menos.

“Fui procurar emprego na área e eles ofereciam R$ 1.000 para quem já estava formado. No salão, eu ganhava o dobro. Gostei de ter feito o curso e fazer faculdade era um sonho, mas não pretendo voltar para a área. Com o que ganho hoje, consegui reformar a casa. Trabalho três semanas seguidas por mês, sem registro, mas estou feliz por estar trabalhando.” 

Com a crise, também cresceu a proporção de recém-formados no ensino superior que não conseguiu um trabalho, aponta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

Em 2014, 8% deles estavam desocupados após a conclusão dos cursos e outros 13% nem tentavam procurar trabalho. Cinco anos depois, eram 14% e 15%, respectivamente. 

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