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Dólar fecha em alta de 0,65%, próximo de R$ 5,50; bolsa avança 0,76% e emenda 5ª alta consecutiva

Mercado operou atento à alta de juros do Banco Central Europeu

Por Paula Dias
Atualização:

Depois de chegar a R$ 5,51 durante o dia, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,49, uma alta de 0,65%, nesta quinta-feira 21. É a maior patamar desde o fim de janeiro. No mês, a moeda americana já acumula valorização de 4,99% em relação ao real.

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Segundo operadores, o movimento refletiu uma série de fatores, como o temor de uma recessão na Zona do Euro, na esteira da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar as taxas de juros pela primeira vez desde 2011.

Além do ambiente externo, a busca por dólar (para hedge ou especulação) tem sido alimentada pelas incertezas que cercam as eleições no Brasil, com a perspectiva de uma piora da situação fiscal em 2023.

“O Banco Central Europeu demorou muito a reagir à inflação. Tem muito da questão geopolítica no enfraquecimento do euro. Mas o fato é que os Estados Unidos têm elevado os juros mais rapidamente, o que fez o dólar se fortalecer bastante nos últimos tempos”, afirmou Nicolas Giacometti, especialista em renda fixa da Blue 3. “Aqui, estamos às cegas em relação ao fluxo cambial, porque não há ainda dados atualizados. E com esse movimento todo de fortalecimento do dólar ante outras moedas, o real acaba sofrendo por tabela.”

O comportamento do real destoou do de outras moedas. Com muita volatilidade, o euro, por exemplo, apresentou uma leve recuperação das baixas recentes, quando chegou próximo da paridade com o dólar. A presidente do BCE, Christine Lagarde, reconheceu que a economia da região desacelera, mas descartou a possibilidade de recessão neste ou no próximo ano, a despeito do conflito na Ucrânia e do aperto das condições financeiras.

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.  Foto: Werther Santana/Estadão

Bolsa

A despeito desse cenário, a Bolsa de Valores registrou a quinta alta seguida, o que não era visto desde meados de maio. Principal referência da B3, o Ibovespa avançou 0,76%, para fechar aos 99 mil pontos. A queda de cotações de Petrobras (-1,1% das ON e -0,51% das PN) acabou sendo compensada por bancos e Vale ON, que subiu 1,75% puxado pela valorização do preço do minério de ferro.

De pouco em pouco, o Ibovespa sustenta cautelosa recuperação, conseguindo deixar as mínimas do ano, da semana passada, então aos 96 mil pontos, para recuperar e manter a linha dos 98 mil nas últimas duas sessões, chegando hoje a novo degrau, aos 99 mil. A referência da B3 emendou o quinto ganho seguido, uma sequência sem quebras não vista desde meados de maio, embora o ritmo se mantenha contido tanto no giro financeiro como no grau de recuperação, de pouco menos de 3 mil pontos em relação ao mais recente fechamento negativo, de 14 de julho.

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Na ponta do B3, destaque nesta quinta-feira para Rede D’Or (+7,80%), à frente de Sul América (+6,79%) e Banco Pan (+6,53%), com Petz (-3,84%), 3R Petroleum (-3,76%) e Klabin (-3,20%) na ponta oposta.

Apesar da falta de maior dinamismo das commodities na sessão, “no começo da tarde o Ibovespa passou a acompanhar a recuperação vista no S&P 500, que estava mais fraco pela manhã, negativo, com o Nasdaq já então no positivo”, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

“O mais relevante do dia foi a elevação de 0,5 ponto, e não de 0,25 ponto porcentual conforme era esperado, na taxa de juros de referência do Banco Central Europeu. Nos Estados Unidos, os dados sobre pedidos iniciais de auxílio-desemprego, acima do esperado para a semana, foram recebidos bem, já que, com o ritmo muito forte de inflação, números mais fracos sobre o mercado de trabalho americano contribuem para segurar um pouco a preocupação quanto ao ritmo de elevação dos juros por lá”, acrescenta.

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