Dólar recua e Bolsa sobe com manutenção do juro nos EUA

Dólar fechou cotado a R$ 2,1460, em queda de 0,19%. Bolsa subiu 0,56%

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Por Agencia Estado
Atualização:

As cotações do dólar comercial no Brasil recuaram depois do anúncio de manutenção dos juros nos Estados Unidos no patamar de 5,25%, decidida nesta quarta-feira pelo banco central norte-americano (FED). A moeda norte-americana chegou ao patamar mínimo de R$ 2,1450, em queda de 0,23%. No fechamento dos negócios, foi vendida a R$ 2,1460, em baixa de 0,19% em relação aos últimos negócios de ontem. A manutenção do juro norte-americano já era esperado, mas o resultado da reunião do FED mexeu com o mercado de ações. Com o controle da inflação e sem o risco de uma parada brusca na atividade econômica dos Estados Unidos, as ações subiram. Por volta das 16h50, o índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - estava em alta de 0,11%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e Internet - operava em alta de 0,50%. No encerramento dos negócios, fechou em 12.134,68 pontos, o mais alto em 110 anos de existência. No Brasil, os mercados também reagiram de forma positiva. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava em alta de 0,56%. No mercado de juros, as taxas pós-fixadas (DIs) dos contratos mais negociados, com vencimento em janeiro de 2008, recuaram à mínima do dia, com taxa de 13,13% ao ano. Influências A manutenção dos juros norte-americanos pela terceira reunião consecutiva deve favorecer os emergentes, na avaliação do economista-chefe da Votorantim Asset Management, Fernando Fix. "Em linhas gerais, a decisão foi boa para mercados emergentes e boa também para o mercado brasileiro em particular. Para Fix, a manutenção dos juros, esperada pela maioria no mercado, mantém o cenário positivo para a continuidade da queda das taxas de juros no Brasil. O economista trabalha com a possibilidade de novo corte de 0,5 ponto percentual da Selic, a taxa básica de juros da economia, na última reunião deste ano. Com isso, a Selic cairia para 13,25%. A expectativa do economista é que o juro caia para 12% no final de 2007. Cenário nos EUA "O crescimento econômico desacelerou neste ano, em parte, devido ao esfriamento do mercado imobiliário", afirmou o FED no comunicado emitido ao final da reunião. Mesmo assim, o banco central americano alertou que o núcleo da inflação, que exclui os preços mais voláteis da alimentação e da energia, continua alto. A autoridade monetária acredita que, de qualquer modo, é provável uma moderação da inflação com o tempo, devido, entre outros fatores, à queda dos preços da energia e ao efeito acumulado das altas das taxas de juros. O FED aumentou as taxas de juros 17 vezes entre junho de 2004 e junho de 2006, em um esforço para conter a inflação. De qualquer forma, e apesar das expectativas de menores pressões sobre os preços, o FED mantém a vigilância e advertiu que sua atuação futura dependerá de como a inflação vai evoluir e do crescimento da economia. Segundo os últimos dados publicados em setembro, o núcleo da inflação anualizado foi de 2,9%, acima do teto de 2% considerado um nível aceitável pelos funcionários do FED. A autoridade monetária disse várias vezes que a moderação econômica acabará sufocando esse aquecimento inflacionário. Os mais recentes dados divulgados parecem dar razão ao FED. Assim, os dados de setembro mostram, por exemplo, que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi de -0,5% em setembro, graças, principalmente, aos menores preços do combustível. David Wyss, economista-chefe da Standard and Poor´s para os EUA, disse que a manutenção dos juros indica que os principais objetivos do FED foram alcançados. O analista destaca o fato de que o FED retirou do comunicado referência aos preços de energia e de commodities. No relatório, "energia não foi mencionado como antes, e, na percepção do FED, o crescimento está um pouco melhor". Estas ponderações, estima o analista da S&P, indica que o juro norte-americano já atingiu o pico em 5,25% ao ano. Para ele, os juros norte-americanos começarão a ser cortados em meados de 2007. "Por esta época, a inflação já deverá estar mais fraca", prevê.

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