Hoje o mercado financeiro voltou a apresentar um certo pessimismo, embora sem que se repetisse o nervosismo da semana passada. Ainda assim, as altas no dólar e nos juros foram acentuadas, assim como a queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O risco país, diferencial entre taxas de juros de títulos equivalentes do Tesouro norte-americano e do Brasil, subiu para 2152 pontos, ou 21,52 pontos porcentuais. Por um lado, os investidores aguardam com impaciência o resultado das negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), especulando sobre os termos do já anunciado acordo de transição. Como o dinheiro do Fundo não resolve o problema, mas dá um alívio temporário, é o volume de recursos disponíveis para o mercado, o que definirá a reação das cotações. Hoje o secretário do Tesouro (equivalente a ministro da Fazenda) norte-americano fez comentários muito elogiosos ao Brasil, um dia depois de definir empréstimo-ponte ao Uruguai de US$ 1,5 bilhão, adiantando recursos em negociação com organismos multilaterais. De qualquer forma, o porta-voz do FMI, Francisco Baker, afirmou que, apesar da urgência nas negociações, não se deve marcar uma data para a assinatura do acordo. Mas a causa maior da insegurança do mercado continua inquietante. O candidato favorito dos investidores, José Serra (PSDB/PMDB) continua estacionado no terceiro lugar das pesquisas de intenção de votos, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (Frente Trabalhista) estão consolidados nas primeiras posições. Não se considera que o debate de ontem tenha tido grande peso na opinião dos eleitores, mas, de qualquer maneira, esperam-se novas pesquisas. Além disso, em duas semanas começa o horário eleitoral gratuito, em que Serra concentra grande parte do tempo. O dólar comercial foi vendido a R$ 3,165 nos últimos negócios do dia, em alta de 5,15% em relação às últimas operações de sexta-feira, oscilando entre R$ 3,00 e R$ 3,17. Com o resultado dessa sexta-feira, o dólar acumula uma alta de 36,66% no ano e de 9,82% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 25,45% ao ano, frente a 24,95% ao ano sexta. Outro fato desanimador foram os resultados de algumas empresas brasileiras, como Telemar, a ação mais negociada da Bovespa, e Bradesco, outra ação bastante negociada. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 3,89% em 9469 pontos e volume de negócios fraco, de R$ 505 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 30,26% em 2002 e de 10,02% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 32 apresentaram baixas. O principal destaque foram os papéis da NET, ex-Globocabo, PN (preferenciais, sem direito a voto), com desvalorização de 16,47%. ON (ordinárias, com direito a voto). Mercados internacionais Em Nova York, o clima foi de alívio e recuperação. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 3,24% (a 8043,6 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York -caiu 3,36% (a 1206,01 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 9801; uma. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em baixa de 4,31% (342,03 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.