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Práticas empresariais sustentáveis

O mar não está pra plástico: investimento de $ 1,5 bi vai eliminar descarte incorreto

Entre os grandes desafios ambientais que existem, o plástico foi eleito pela ONU Meio Ambiente como o maior deles. A produção desenfreada de embalagens, junto aos baixos índices de reciclagem (9%) e reaproveitamento (menos de um quinto) estão produzindo, literalmente, oceanos de plástico. As principais estimativas apontam que, até 2050, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos.

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Por Amcham Brasil

Pássaro com embalagem plástica no bico. Crédito: Ingrid Taylar/Flickr Foto: Estadão

Para um problema tão complexo e urgente, a solução tem que envolver diversos stakeholders: pessoas físicas, jurídicas e também o poder público. Cerca de 30 empresas globais do setor de plástico e de bens de consumo se juntaram nesta quarta-feira (16/01) para propor ações em conjunto em uma nova aliança. A recém-formada AEPW - Alliance to End Plastic Waste (Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos) destinará mais de US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos para eliminar o descarte incorreto do plástico, dando foco nos oceanos, principal destino do material. A ideia é trabalhar com quatro principais pilares: infraestrutura, inovação, educação e limpeza.

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Para Bob Patel, CEO da LyondellBasell, o plástico tem um grande valor. A tarefa é desbloquear esse valor através da economia circular. "Podemos impactar comunidades, colaborando não só entre a cadeia produtiva, mas também com o governo e outros stakeholders. Esses quatro pilares tem que ser movidos juntos, ao mesmo tempo", afirmou, durante sua participação na transmissão ao vivo do lançamento da Aliança, realizada no dia 16/01.

"Todo mundo concorda que o plástico não pertence aos oceanos. Estou feliz de anunciar a Aliança, que traz empresas que fazem o plástico, produzem a embalagem, compram as embalagens, também os que lidam com o plástico depois do uso. É a primeira vez que trazemos tantas partes da cadeia [do plástico]", afirmou David Taylor, CEO da Procter & Gamble, durante a live.

A Aliança já definiu algumas ações que considera essenciais para alcançar o ambicioso objetivo. Trabalhar em parceria com prefeituras, para criar sistemas integrados de gestão de resíduos; custear redes de incubadoras para desenvolver tecnologias e modelos de negócios que trabalhem ou com reciclagem ou impedindo o descarte nos oceanos; desenvolver um banco de dados global aberto e que dê suporte a todos os envolvidos na causa; e colaborar com organizações internacionais como a ONU.

Neste primeiro momento, a Aliança também dará suporte a iniciativa Renew Oceans, um programa que visa à retirada de resíduos plásticos dos 10 rios que transportam a maior parte do lixo para os oceanos. Segundo a ONG Ocean Conservancy, 80% dos resíduos plásticos que param nos oceanos começa como lixo nas cidades e a grande maioria chega aos oceanos por meio dos rios. A primeira ação da Renew será no rio Ganges, na Índia, onde estima-se que 544 mil toneladas de resíduo de plástico são jogados todo ano.

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Rio Ganges tem significado especial para indianos. Edson Walker/Wiki Commons  

Como lembra Jim Fitterling, CEO da Dow, a população usa os rios para depositar seus resíduos - por desinformação ou falta de uma coleta adequada e acessível. Inserindo o que era lixo em uma cadeia circular, damos valor financeiro ao plástico, o que pode trazer vantagens econômicas para que as pessoas que moram ali. E essa é a ideia da Renew Oceans: usar tecnologia e integrar catadores e pessoas da comunidade na cadeia do plástico, criando oportunidades para aqueles que coletam os resíduos. "Precisamos focar em projetos de alto impacto, como a Renew Oceans. Vamos aprender com esse projeto e escalar soluções em outros lugares", explica.

Entre as empresas fundadoras da Aliança, estão: a brasileira Braskem, BASF, Dow, DSM, ExxonMobil, Henkel, LyondellBasell, Mitsubishi Chemical Holdings, Mitsui Chemicals, Procter & Gamble, Suez, Shell Chemical, Total eVeolia e Versalis (Eni).

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