Cenário: O marasmo das economias nacional e global reafirmado em indicadores e análises, além das dificuldades que os governos estão encontrando para engatilhar um ambiente de recuperação, voltou a pesar nos mercados financeiros ontem. O clima que pautou os negócios foi o de aversão ao risco e as bolsas caíram no mundo todo, arrastando a Bovespa para uma perda de 1,71%, aos 53.401,80 pontos. Internamente, o movimento foi acirrado pelo tradicional vencimento de opções sobre ações, que adicionou volatilidade aos negócios e ajudou a ampliar o fluxo financeiro. Ontem, a Bovespa movimentou R$ R$ 9,920 bilhões, sendo R$ 3,78 bilhões referentes ao exercício de contratos de opções sobre ações.O dólar, que é influenciado por esse clima, mas está limitado pela percepção de que o Banco Central defende uma banda cambial, oscilou durante toda a sessão, para encerrar o dia perto da estabilidade. A cotação no mercado à vista de balcão ficou em R$ 2,036, com queda de somente 0,05% sobre o fechamento de sexta-feira passada. No exterior, as moedas emergentes de maior risco tiveram comportamento semelhante ao real, enquanto o euro e outras divisas fortes se beneficiaram dos dados ruins da economia dos Estados Unidos, mais especificamente do indicador de vendas no varejo, que mostrou queda pelo terceiro mês consecutivo. Isso alimenta as expectativas de que o banco central norte-americano, o Federal Reserve, pode adotar novas medidas de estímulo à economia.O resultado do varejo foi só uma notícia entre as várias que surgiram ontem para reforçar a ideia de fraqueza generalizada da economia mundial. O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, reduziu a estimativa de crescimento global deste ano e de 2013. A projeção para Brasil em 2012 saiu de 3,1% para 2,5%. E, no final de semana, com repercussão ontem, surgiram declarações do premiê chinês de que a recuperação do país asiático ainda não é estável. Para completar, a pesquisa Focus mostrou revisão para pior nas estimativas para o PIB brasileiro. A projeção, agora, está em 1,9%. Isso afetou em especial o mercado de juros, que continua focado na política monetária local e teve um pregão de pouca oscilação e baixa liquidez. Mantendo a convicção de que 7,5% é teto para a Selic ao final do ano, os investidores esperam sinais sobre os próximos passos da política monetária, que podem vir na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser divulgada na quinta-feira.