Efeito do câmbio na produção continuará no foco--BNDES

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Por Redação

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse estar preocupado com a desvalorização do dólar e que o governo acompanha de perto o impacto cambial sobre a produção, mas descartou risco de insolvência para setores ou empresas brasileiras por enquanto. "Há preocupação com a apreciação da taxa de câmbio que afeta produtos manufaturados e, neste momento, setores muito competitivos cujos preços internacionais não estão tão favoráveis começam também a sofrer com o câmbio apreciado." "É uma preocupação que o governo tem em mente. Isso já produziu medidas no passado recente e continuará preocupando o governo", acrescentou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A jornalistas, após participar da abertura de evento do setor de agronegócio no Rio de Janeiro, Coutinho disse que o dólar desvalorizado está comprimindo a margem de lucro de muitos setores. "Os setores exportadores de manufaturados em geral perdem competitividade e alguns setores do agronegócio estão com preços não favoráveis e passam por um processo de compressão de margem, mas isso não siginifica ainda inviabilidade", afirmou. INVESTIMENTO Passada a crise global, o objetivo do banco é recuperar os níveis de investimento no país, de acordo com o executivo. "Nossas medidas agora são de reativação do investimento. O objetivo agora é estimular decisões de investimento para tornar o investimento a principal força de liderança do crescimento brasileiro. Essa é a nossa agenda", afirmou. "Nós pretendemos subir a taxa agregada de investimento nos próximos meses e em 2010 para um nível, se pudermos, superior ao nível anterior à crise", acrescentou. Essa semana, o BNDES anunciou empréstimo recorde de mais de 4 bilhões de reais à operadora de telefonia Oi. Segundo o presidente do banco, a instituição apoiará a expansão das operadoras de telefonia do país que pretendem investir, nos próximos quatro anos, mais de 30 bilhões de reais. "São investimentos de grande escala, e o BNDES tem apoiado planos de investimento no país. Não há nenhum favorecimento ou extraordinário nesse empréstimo." (Por Rodrigo Viga Gaier)