A Editora Abril, que está em recuperação judicial, deve repassar ao banco de investimentos BTG Pactual a revista de economia e negócios “Exame”, apurou o Estado com fontes a par do assunto. O processo de fatiamento da Abril faz parte da estratégia de Fábio Carvalho, novo controlador da companhia.
:quality(80):focal(-5x-5:5x5)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/OK2S2EMT7BMCLDR5IJLLYDZKYQ.jpg 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/YisfETsLyp3GIn6TKHHXV-scCII=/768x0/filters:format(jpg):quality(80):focal(-5x-5:5x5)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/OK2S2EMT7BMCLDR5IJLLYDZKYQ.jpg 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/EDN2LbHohy-pBY15iyVZOel-9OA=/936x0/filters:format(jpg):quality(80):focal(-5x-5:5x5)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/OK2S2EMT7BMCLDR5IJLLYDZKYQ.jpg 1322w)
Leia também
Segundo uma fonte, o empresário deve buscar compradores não só para a “Exame”, mas também para outras unidades de negócio, como a Casa Cor e o Guia do Estudante. Nesses casos, dentro da recuperação judicial, a empresa pode fazer a venda de unidades produtivas isoladas em formato de leilão. No caso da “Exame”, no entanto, o BTG já manifestou interesse claro, apurou a reportagem. Esse leilão de unidades pode ser realizado no curto prazo. Depende, porém, da assembleia de credores que vai deliberar sobre a recuperação judicial, marcada para o fim de abril.
Outra “vantagem” para o BTG ficar com a “Exame” é o fato de o banco ter financiado o aporte que Carvalho está fazendo na Abril, de R$ 70 milhões. A companhia entrou em recuperação judicial, com dívida de R$ 1,6 bilhão, e foi arrematada por Carvalho pelo valor simbólico de R$ 100 mil. O executivo de 41 anos, que é sócio das varejistas Leader e Casa & Vídeo, assumiu a presidência da companhia.
A dívida da companhia é considerada impagável. Antes de Carvalho assumir o negócio, a consultoria americana Alvarez & Marsal montou uma reestruturação da dívida que prevê desconto de 92% nos débitos e 18 anos de prazo para pagamento. Do total dos débitos da Abril, cerca de R$ 1,2 bilhão estavam nas mãos dos grandes bancos brasileiros. A editora fechou um acordo com a companhia de recuperação de débitos de difícil recuperação Enforce - que também pertence ao BTG -, que adquiriu as dívidas e vai tentar cobrá-las.
Para atrair um investidor, a Abril teve de reduzir sua operação a uma fração da abrangência que a companhia já teve. Hoje, o grupo publica oito revistas impressas: Veja, Exame, Cláudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Saúde, Você S.A. e Você RH. Mantém ainda alguns títulos online, como Capricho e Minha Casa. Além de ter reduzido custos com aluguel ao sair de sua tradicional sede, em São Paulo, a companhia demitiu cerca de 800 profissionais em agosto do ano passado.
Além da operação de mídia, o grupo mantém negócios como a Casa Cor – de eventos de arquitetura e decoração –, o serviço de entregas de encomendas Total Express, uma gráfica e um braço de distribuição de revista.
Procurado, Carvalho não deu entrevista. “Parte da estratégia de restruturação passará pela busca de oportunidades para venda de ativos. Como o Grupo Abril está em recuperação judicial, qualquer venda de ativo será contemplada no plano de recuperação, aprovada pelos credores e deve ser feita através de leilão judicial”, disse a Abril, em nota.
O BTG não comentou.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Economia
Veja mais em economia