NOVA YORK - A empresa de roupas para atividades esportivas ao ar livre Liberated Brands, que opera lojas de marcas inspiradas em surfistas e skatistas, como Quiksilver, Billabong e Volcom, entrou com um pedido de falência nesta semana nos Estados Unidos. Ela planeja fechar suas lojas físicas no país.
A Liberated fez um pedido de proteção contra falência no tribunal de Delaware, no domingo, 2. Nos documentos apresentados ao tribunal, a empresa sediada na Califórnia disse que estaria encerrando e liquidando seus negócios na América do Norte após enfrentar uma série de choques macroeconômicos, problemas na cadeia de suprimentos e queda nos lucros devido aos rivais da “fast fashion”.
“A equipe da Liberated trabalhou incansavelmente no último ano para impulsionar essas marcas icônicas, mas a volatilidade da economia global, as mudanças nos gastos dos consumidores em meio ao aumento do custo de vida e as pressões inflacionárias cobraram um preço alto”, disse a empresa em comunicado.

Segundo os registros do tribunal, a Liberated decidiu fechar todas as suas 124 lojas físicas nos Estados Unidos, seus escritórios corporativos e demitir cerca de 1.400 funcionários. O processo já está em andamento — e a empresa confirmou em um comunicado à imprensa na segunda-feira que mais de 100 lojas fecharão após sua conclusão.
O momento exato para isso ainda não está claro. A situação de nove lojas no Havaí continua em negociação, disse a Liberated. Enquanto a empresa está trabalhando para fechar a grande maioria — se não todas — de suas lojas nos EUA, marcas populares como Quiksilver, Billabong e Volcom não estão desaparecendo. Essas e outras marcas são de propriedade do Authentic Brands Group, que fez uma parceria com a Liberated para licenciar as operações nos EUA.
A Authentic confirmou à The Associated Press nesta sexta-feira, 7, que todas as licenças anteriormente detidas pela Liberated foram transferidas para novos parceiros antes do pedido de falência.
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“Estamos trabalhando em estreita colaboração com a Liberated Brands para fazer uma transição cuidadosa das principais licenças para operadores confiáveis dentro de nossa rede”, disse David Brooks, vice-presidente executivo de esportes de ação e ao ar livre e estilo de vida da Authentic, em comunicado.
Brooks acrescentou que a frota de lojas da Liberated nos EUA estava “superinflada” e “sobrecarregada com locais desatualizados e de baixo desempenho” e que os locais físicos nos EUA “provavelmente serão racionalizados” no futuro, talvez com uma presença mais forte por meio de lojas de departamento ou plataformas de comércio eletrônico. Além da Quiksilver, Billabong e Volcom, a Liberated também operou lojas ou vendeu roupas para marcas como Spyder, RVCA, Roxy e Honolua.
Durante o auge da pandemia de covid-19, à medida que mais e mais consumidores se voltaram para atividades ao ar livre ou roupas de lazer, a Liberated registrou uma demanda crescente. Porém, mais tarde, a empresa teve dificuldades para acompanhar os ventos contrários macroeconômicos, como inflação, interrupções na cadeia de suprimentos e desaceleração da demanda dos clientes, disse o CEO da Liberated, Todd Hymel.

Essa “combinação de choques macroeconômicos” resultou em uma “combinação letal de receita significativamente menor”, escreveu Hymel. O varejo tradicional também continuou a enfrentar dificuldades depois que as compras on-line dispararam durante a pandemia, acrescentou. E ele também apontou o impacto da “fast fashion” no setor.
“Os consumidores podem encomendar roupas de baixa qualidade de forma barata, rápida e fácil de potências da moda rápida e receber essas mercadorias em poucos dias”, disse Hymel, observando que a Liberated e outras “sofreram com a redução das margens de lucro após perderem parte de sua participação geral no mercado e poder de precificação para a fast fashion”.
Além dos EUA, a Liberated diz que vendeu roupas para clientes em mais de 100 países até o momento. Os documentos de falência desta semana observam que a empresa atualmente opera sedes regionais na América do Norte, Europa, Japão e Austrália. Mas, além de encerrar seus negócios na América do Norte, a empresa também está prevendo uma ou mais vendas de outras operações em todo o mundo, “seja em uma base de continuidade ou de liquidação”./AP
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