Empresários pedem ação contra câmbio chinês

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Por Redação
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PEQUIM Empresários brasileiros defenderam ontem em Pequim que o Brasil recorra a fóruns internacionais para discutir o nível depreciado da moeda chinesa e práticas comerciais ou políticas industriais que possam dar vantagens indevidas na concorrência com outros países. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) desenvolve estudo com seus homônimos nos Estados Unidos e no México sobre câmbio e subsídios no país asiático, para definir os tipos de medidas de defesa comercial que podem ser adotadas em âmbito global. "Não tem graça bancar o subsídio cambial chinês", disse ontem ao Estado o diretor-superintendente da entidade, Fernando Pimentel. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, afirmou que o relacionamento entre os dois países deve se pautar pela reciprocidade e defendeu a atuação do governo e do setor privado em fóruns internacionais para discutir o câmbio e as políticas comercial e industrial da China. "Esses são temas que necessária e obrigatoriamente exigem instâncias internacionais de coordenação", disse na abertura de seminário para discutir os desafios do setor privado em relação à China. Ele deixou clara sua visão sobre o maior parceiro comercial do Brasil: "A China não é um país de economia aberta e só compra o que quer e de quem quer." Empresários dos dois países se reúnem hoje em um megaevento em Pequim, que será encerrado pela presidente Dilma Rousseff e o vice-primeiro-ministro da China, Wang Qishan, responsável pelas questões econômicas no gabinete do país. Antes do seminário, Dilma participa de fórum sobre ciência e tecnologia no qual os dois governos tentarão definir possíveis áreas de cooperação. Apesar das dificuldades abertas pelo desequilíbrio da pauta do comércio bilateral _com o Brasil exportando commodities e a China, manufaturados, os negócios continuam a se expandir. Durante o seminário, o Banco do Brasil anunciou que dará início ao processo de transformação em agência de seu escritório de representação na China. O cônsul do Brasil em Xangai, Marcos Caramuru, ressaltou que a liquidez mundial está na China, país que se transformará em grande exportador de capital nos próximos anos. O desafio é captar parte desses recursos para investimentos no Brasil.

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