O empréstimo-ponte de US$ 1,5 bilhão concedido ao Uruguai pelos Estados Unidos é um bom sinal para o Brasil, segundo avaliação do porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), Francisco Baker. "Isso mostra que os EUA estão mais envolvidos e interessados em ajudar o continente, mudando, inclusive, até a política deles (administração Bush) para antecipar esse dinheiro ao Uruguai", afirmou. Baker não quis fazer nenhuma previsão de quando as conversações entre Brasil e FMI poderão acabar, mas disse que o acordo que está em negociação é menos difícil de se negociar do que o programa de 1998. "Naquela época, foi difícil porque havia muitos anos que o Brasil estava sem programa com o FMI. Agora, todo mundo já conhece os números da economia brasileira, depois de alguns programas", explicou Baker. Ele disse que, entre os pontos que tornam as negociações mais demoradas, está o de estabelecer metas, por exemplo. Outro ponto importante e que, às vezes, complica a negociação é decidir a forma de liberação de empréstimo, se pela via tradicional "reserve tranche" ou na modalidade criada mais recentemente "systemic reserve facility", criada para situações de ameaça de crise sistêmica, permitindo empréstimos de volumes muito acima das quotas dos países. Essa última modalidade implica um pagamento de juros mais elevados e repagamento mais rápido (um ano, podendo ser renovado por mais um ano). No caso da modalidade "reserve tranche", a mais tradicional dentro dos acordos stand-by, o prazo de pagamento é de cinco anos. Geralmente, o FMI tenta estabelecer uma quantia maior do empréstimo via "systemic reserve facility" e em contrapartida os países tentam negociar uma liberação maior via forma tradicional.