Empréstimo pode não ser suficiente para o Uruguai

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Por Agencia Estado
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Um empréstimo-ponte de emergência dos EUA ao Uruguai permitiu a reabertura dos bancos do país hoje, depois de quase uma semana, mas não animou os investidores e analistas. A moeda e os bônus do Uruguai estavam inalterados na abertura das negociações hoje, em meio aos contínuos temores em relação ao sistema bancário uruguaio. "Eu não diria que os riscos acabaram", disse Carina Lopez, que acompanha os bancos uruguaios na vizinha Argentina para a agência Standard & Poor´s. "Não há confiança no setor bancário e reverter isso será realmente difícil", disse Sergio Valderrama, economista da consultoria IDEAglobal, em Nova York. Os operadores de câmbio em Montevidéu e Nova York disseram que as transações com o peso uruguaio estavam praticamente paradas. Um trader de bônus de um grande banco de investimento em Nova York disse que as negociações com bônus uruguaios eram inexistentes. Ele acrescentou que o bônus global 2012, o papel mais líquido do Uruguai, estava sendo cotado com valor inalterado em relação à semana passada. O Uruguai recebeu uma transferência eletrônica de US$ 1,5 bilhão esta manhã do Federal Reserve, o banco central norte-americano, como parte de uma ajuda internacional mais ampla anunciada ontem em favor do setor financeiro do Uruguai. O empréstimo-ponte pretende garantir o funcionamento do sistema até a chegada de novos empréstimo do FMI e outras instituições multilaterais, que devem elevar seu pacote de ajuda para US$ 3,8 bilhões, de US$ 3 bilhões. As grandes agências classificadoras de risco de crédito cortaram a classificação do Uruguai ao nível de junk (título de alto risco), enquanto o país tenta superar o contágio dos problemas do Brasil e Argentina. As reservas internacionais caíram para cerca de US$ 650 milhões no mês passado, de cerca de US$ 3 bilhões no fim de 2001. Os depósitos bancários no Uruguai caíram para menos de US$ 10 bilhões, de mais de US$ 13 bilhões desde o início do ano, segundo estimativas do mercado. O Banco Central já interveio em bancos privados e ontem uma medida de emergência bloqueou o acesso dos correntistas a US$ 2,2 bilhões em depósitos de longo prazo nos dois bancos estatais pelos próximos três anos. A injeção norte-americana de hoje deve cobrir os depósitos à vista nos bancos estatais. Mas os analistas continuam céticos sobre a viabilidade dos bancos privados. Ele se perguntam se os acionistas, muitos deles estrangeiros, vão aceitar injetar recursos para manter os bancos funcionando.

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