''Encontrem uma fórmula intermediária'', disse Lula

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Por duas vezes, recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que não morre de amores pelo fator previdenciário. Mas o presidente sempre acrescenta que, para derrubar o fator, é precisa botar algo no lugar, achar "uma fórmula intermediária". Anteontem à noite, durante um jantar com sindicalistas e outros representantes de movimento sociais, na Granja do Torto, o assunto entrou no cardápio. Em setembro, numa entrevista à emissora estatal de TV, a Rede Brasil, o presidente não rejeitou o fim do mecanismo para conter as aposentadorias precoces. No jantar, Lula pediu que as os sindicalistas conversem, "o quanto antes", com o ministro da Previdência, José Pimentel, para discutir uma "fórmula intermediária". Sinalizou, ao mesmo tempo, que, se for alcançado o consenso, ele não vetaria a proposta saída de um entendimento coletivo. "Tem de encontrar uma alternativa entre o que existe e a proposta que está lá (do senador Paulo Paim (PT-RS)", disse o presidente, segundo relato do Antônio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), e de outros sindicalistas que não quiserem se identificar ao falar do jantar com Lula. O argumento do presidente, de acordo com Neto, é que "não é possível, num mundo de hoje, uma pessoa receber aposentadoria mais anos do que pagou de previdência para chegar àquela aposentadoria". O presidente exemplificou que a média de vida dos trabalhadores era de 48 anos e hoje é de 70, e, por causa desse aumento da expectativa de vida, é preciso que sejam feitas novas regras. Mas o presidente também acha que o fator previdenciário, do jeito que foi criado, no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), pune e exige sacríficios extras de quem começou a trabalhar muito cedo. Por isso, no jantar com os sindicalistas, Lula acrescentou: "Acho que não é possível continuar do jeito que está, mas também não pode ser do outro jeito que queriam (no projeto de Paim)".

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