EUA crescem 4% no 2º trimestre

Expansão no período, a maior desde o início de 2006, supera estimativa inicial de 3,4%; tendência é de desaceleração

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O Departamento de Comércio dos Estados Unidos revisou de 3,4% para 4% o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre. Embora o resultado seja positivo - trata-se do maior ritmo de crescimento desde o início de 2006 -, o número ficou um pouco abaixo das expectativas dos analistas, que apostavam em uma revisão para 4,1% Os investimentos das empresas e o melhor desempenho comercial compensaram a retração do setor imobiliário e foram os grandes responsáveis pelo crescimento de 4%. O resultado é bem superior ao crescimento de apenas 0,6% no primeiro trimestre deste ano Mas não animou Wall Street, que não aposta em uma retomada duradoura do crescimento. A demanda por títulos do Tesouro americano continuou forte, sinal de que a aversão ao risco não diminuiu. Analistas acreditam que os efeitos do aperto de crédito decorrente da crise de hipotecas de alto risco serão sentidos a partir de agora, com o crescimento desacelerando para 2% no trimestre atual e talvez caindo abaixo de 2% no último trimestre. A Lehman Brothers anunciou esta semana que está reduzindo sua previsão de crescimento do PIB para 1,8% nos próximos trimestres. Ontem mesmo já houve sinais dessa freada - o número de pedidos de seguro-desemprego subiu pela quinta semana consecutiva, com um total de 334 mil americanos no programa , o nível mais alto desde abril. Para analistas, a elevação deve-se às demissões em empresas de hipoteca. Muitas fecharam as portas nas últimas semanas. Mas a maioria dos analistas acredita que os EUA conseguirão evitar uma recessão. ''''Existe a possibilidade de uma recessão, mas, como a economia do resto do mundo continua bem, isso significa que a americana continuará se beneficiando de grande demanda para suas exportações'''', diz Nigel Gault, economista-chefe para Estados Unidos na Global Insight. Essa mesma melhora no desempenho comercial - crescimento na venda de produtos americanos no exterior, com queda de importações por causa da redução de demanda doméstica - foi o maior fator responsável pelo PIB positivo do segundo trimestre . As exportações cresceram 7,6% no trimestre, em vez dos 6,4% projetados. No primeiro trimestre, avançaram só 1,1%. As importações caíram 3,2%, em vez dos 2,6% previstos, depois de crescerem 3,9% no primeiro trimestre. ''''A revisão era esperada pelos analistas por causa da queda do déficit comercial'''', diz Brian Fabbri, analista do BNP Paribas. No segundo trimestre, o déficit comercial líquido encolheu US$ 41 bilhões , a maior melhora em 60 anos, diz Fabbri. Sem isso, afirma ele em relatório, o avanço do PIB teria ficado em 2,6%, de acordo com a média de crescimento dos cinco últimos trimestres. ''''Mas o crescimento nos próximos trimestres certamente será afetado pela turbulência financeira'''', observa Fabbri. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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