DAVOS - A emissão de dívida conjunta por meio de eurobônus é parte inevitável da solução da crise de dívida soberana na zona do euro, afirmou hoje o investidor George Soros em entrevista no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Segundo ele, a Europa não poderá resolver seus problemas apenas por meio de reformas estruturais.Para Soros, as autoridades europeias "fizeram tudo errado" na sua resposta à crise financeira que eclodiu em 2007, com uma política de resposta confusa que revelou ampla ignorância sobre como funcionam os mercados financeiros."A austeridade que a Alemanha quer impor irá empurrar a Europa para uma espiral deflacionária de dívida", alertou Soros, acrescentando que a desintegração política da União Europeia vai inevitavelmente ser o passo seguinte se essa espiral sair fora de controle. "As reformas estruturais sozinhas não serão suficientes. Terá de haver estímulo fiscal e esse estímulo fiscal terá de vir da União Europeia de forma combinada e rigidamente garantida pelos países integrantes. Os eurobônus são necessários de uma forma ou de outra", afirmou o investidor. Soros apelou às autoridades para adotarem um plano apresentado pelo último banqueiro central da Itália, Tommaso Padoa-Schioppa, que prevê que a Linha Financeira de Estabilidade Europeia (EFSF, na sigla em inglês) comprasse títulos do Tesouro de curto prazo a juros baixos dos países com cargas elevadas de dívida. Esse plano "fortaleceria o governo na Itália", disse ele, ao deixar claro para a população italiana que havia benefícios ao adotarem o tipo de reformas estruturais previstas no pacote do premiê Mario Monti, apresentado na semana passada sob protestos de diversas categorias italianas. As informações são da Dow Jones.