Mesmo sendo muitas vezes identificado como um quadro do PFL, o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, não é visto no Ministério da Fazenda com uma indicação política do partido. Para a equipe do ministro Pedro Malan, Everardo ocupa um cargo técnico e dessa forma vem conduzindo os seus trabalhos no comando da Receita Federal. À frente da Receita, Everardo sempre contou com o apreço e respeito de Malan, pelo trabalho desenvolvido ao longo destes sete anos em que ocupa o cargo. "Nunca se considerou o cargo de Everardo como uma indicação política de um partido. A sua posição é rigorosamente técnica", disse um assessor de Malan. Por várias vezes, o ministro se colocou ao lado de Everardo em disputas dentro e fora do governo. Foi assim com o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alcides Tápias, desafeto público do secretário, e em outros momentos, em que vários setores tentaram tirar Everardo da Receita. Ele é o secretário que mais tempo está no cargo. Sem ser filiado do PFL, Everardo é sempre identificado com o partido pelo parentesco - não tão próximo - com o vice-presidente Marco Maciel e por ter trabalhado com ele quando este era governador do Estado de Pernambuco. "Muita gente esquece que ele não é filiado, já trabalhou muito mais tempo junto ao Malan do que com o Marco Maciel", disse um assessor. "São amigos de mais de 20 anos", acrescentou. Segundo o assessor, o secretário não se considera como indicação do partido. Até agora, o secretário tem se mantido fora publicamente da discussão. Ele avisou a sua assessoria que não vai se pronunciar sobre o assunto. Mas o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, já disse que Everardo não deixará o governo, porque não é indicação do partido.