Os juros cobrados pelas operadoras de cartão de crédito têm deixado muita gente com a corda no pescoço. Isso porque são dos mais altos do mercado, chegando a superar em até 1.113% a taxa básica de juros, Selic - que está em 15,25%. A recomendação para os usuários de cartões de crédito é evitar as dívidas com os cartões de crédito. O que tem ocorrido é que a maioria das pessoas acaba usando o dinheiro de plástico sem se dar conta da dívida. E, no final do mês, não consegue quitá-la. Uma dica para se evitar as dívidas no cartão de crédito é diminuir o número de cartões. Mas, se a dívida é inevitável, um bom modo de pagar os gastos feitos em cartão de crédito é tomando empréstimos bancários. Uma opção mais razoável é o crédito pessoal, cuja taxa é de 4,5% ao mês. Quem faz isso pode estar trocando uma dívida com uma taxa mensal média de 10,21% por uma de 4,5%. Para Roberto Lima, presidente do Conselho Administrativo da Credicard, os juros são altos porque as empresas têm muitos gastos. "Investimos em tecnologia, telecomunicações, pessoal e outros gastos." Ele diz que, só no ano passado, a Credicard investiu US$ 30 milhões em tecnologia. Já para Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional de Executivos Financeiros e de Contabilidade (Anefac), não existe motivo para juros tão altos. Ele conta que a regulamentação e fiscalização do setor de cartões de crédito é reivindicada há muito tempo pela Associação. Oliveira garante ainda que os custos de uma operadora não são tão altos para juros exorbitantes. "Nenhuma taxa mensal na economia brasileira deveria ser superior a 3% ao mês."
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.