No mundo de finanças é comum serem criadas “regras” para os investimentos que envolvem porcentuais, particularmente quando se trata da aposentadoria. Uma das primeiras dessas regrinhas é a dos 70%, segundo a qual os nossos gastos na aposentadoria passarão a ser 70% do que estávamos acostumados a gastar antes desse momento. Isso não funciona bem assim.
Podemos reconhecer diferentes fases das pessoas com mais idade. Podemos identificar os jovens idosos entre 65 e 74 anos, os na fase intermediária entre 75 e 84 anos e os idosos, com mais de 85 anos. Essa relação não é adotada de maneira genérica, mas tem base em dados que relacionam idade e funcionalidade ou estado de saúde. Na primeira fase somos mais ativos, na segunda os gastos com lazer devem diminuir pois a disposição e a forma física já não são as mesmas, e a terceira é aquela em que os gastos com saúde crescem bastante.

Quando chegamos a essa fase da vida, há despesas que se reduzem e outras que sobem. Por exemplo, despesas com filhos, casa, carro, plano de aposentadoria, transporte e roupas, entre outras, devem diminuir. Mas gastos com saúde, lazer e viagens devem aumentar.
Como podemos perceber, as contas não são tão simples a ponto que possamos traduzi-las por um número mágico e que nos permita resolver a nossa vida financeira. O importante é se preparar para essa fase da vida, nos seus diferentes estágios, e para isso elaborar um plano financeiro.
Para preparar esse plano as pessoas devem conhecer as suas necessidades de aposentado, livrar-se de dívidas, viver mais modestamente, manter controle de seu orçamento familiar e adotar um plano de investimentos adequado aos seus objetivos.
Com relação aos investimentos surgem novas regrinhas. Uma famosa é a dos 60/40, que diz que para a aposentadoria devemos investir 60% dos recursos em ações e 40% em renda fixa. No Brasil essa regra não é muito usada. Aqui, a renda fixa, de maneira geral, traz ganhos reais. Nos últimos meses quem manteve uma carteira mais agressiva acumulou perdas. Os investidores com menos idade podem manter carteiras com mais risco porque historicamente os mercados se recuperam e os jovens contam com o tempo para recompor a carteira.
Para a geração mais velha, particularmente os “boomers”, a manutenção da renda é muito importante. Devem buscar organizar uma carteira que permita a renda crescer de maneira estável: uma carteira mais carregada em títulos de renda fixa que paguem rendimentos periódicos. Para aqueles que mantêm renda variável, a dica é manter ações boas pagadoras de dividendos ou fundos imobiliários. Há diversas boas opções para a construção desse tipo de carteira.