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Professor de Finanças da FGV-SP

‘Índice do Medo’ é lançado na B3 e pode ajudar o investidor na gestão de sua carteira

Novo indicador mede a volatilidade esperada no mercado de ações e dispara em caso de incerteza

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Foto do author Fabio Gallo

A B3, em parceria com a S&P Dow Jones, lançou neste mês o VXBR, um novo índice de mercado. Esse indicador mede a volatilidade esperada do mercado de ações brasileiro. Trata-se de uma metodologia desenvolvida pelo Chicago Board Options Exchange (CBOE), denominado Índice de Volatilidade S&P 500.

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É conhecido como VIX, e tem o apelido de “Índice do Medo” porque tende a disparar em cenários de elevada incerteza no mercado.

Ele é originalmente dedicado a medir a volatilidade esperada nos próximos 30 dias do mercado de ações americano, em função de preços de cotação média em tempo real das opções de compra e venda do Índice S&P 500. Em outros termos, esse indicador mostra o sentimento dos investidores em relação ao risco e às potenciais turbulências no mercado. Assim, serve como um termômetro da volatilidade das ações. Quanto maior o valor do VIX, maior é a volatilidade esperada e, consequentemente, maior é o medo dos investidores em relação às flutuações de preços no mercado de ações.

Telão de cotações do prédio da bolsa de valores B3 na Rua XV de Novembro em São Paulo  Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

O modelo no Brasil é parecido, oferecendo uma visão de 30 dias das expectativas para o principal índice da Bolsa brasileira, com base nas opções das ações componentes do Ibovespa. Segundo a B3, esse índice pôde ser lançado graças ao novo patamar do volume de negociações do mercado de opções no Brasil. As opções são instrumentos derivativos cujo preço depende da probabilidade do preço atual de uma determinada ação subir para atingir um determinado nível, chamado preço de exercício.

Em essência, os investidores podem usar o VXBR como uma referência para medir a percepção de risco, assim entendendo o sentimento de mercado. O índice pode ser usado de várias maneiras. Por exemplo, para avaliar o risco da carteira de investimento do investidor, para tomar decisões sobre hedge ou para ajustar suas estratégias de negociação com base nas condições de volatilidade esperadas. Por outro lado, o VXBR, tal como o VIX, é um ativo financeiro que é usado por traders como um instrumento de negociação por si só, permitindo especulação sobre as mudanças na volatilidade do mercado.

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Quanto maior o valor do indicador, maior é a volatilidade implícita e, portanto, maior é a incerteza ou medo presente no mercado. Valores mais altos indicam uma expectativa de maior oscilação de preços e incerteza, enquanto valores mais baixos sugerem maior confiança e estabilidade.

Na sua estreia, no dia 19 março, o VXBR abriu em queda, sinalizando que o mercado estava calmo, mas esse dia era véspera da superquarta – dia de divulgação da Selic e da taxa de juros americana – e, assim, virou e encerrou o seu primeiro dia em alta, sinal de mais risco. O VXBR é um instrumento que pode ajudar o investidor na gestão de sua carteira.

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