BRASÍLIA - Irritado com as críticas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aos estudos da equipe econômica para a criação de um novo imposto sobre pagamentos - nos moldes da extinta CPMF -, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atacou duramente a entidade que representa os maiores bancos do País.
Ele reclamou especificamente do apoio da entidade a um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) da Organização das Nações Unidas (ONU) que foi oferecido ao ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
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“A Febraban é o cartório institucionalizado dos bancos, é paga para isso. Ela financia até programa de estudo de ministro gastador, para enfraquecer ministro que quer acabar com privilégios. A Febraban faz lobby para enfraquecer ministro que está segurando a barra. É uma casa de lobby, e isso é justo, mas tem de estar escrito na testa: lobby bancário. A Febraban financia estudos que não têm nada a ver com operações bancárias, financia ministro gastador para ver se fura teto e derruba o outro lado”, afirmou, em audiência pública na Comissão Mista do Congresso Nacional para o acompanhamento de medidas contra a covid-19, nesta quinta-feira, 29.
Em nota, a Febraban afirmou que sempre se posicionou pela necessidade de sustentabilidade fiscal como pressuposto da retomada econômica e pela defesa clara em favor da manutenção do teto de gastos.
A crítica de Guedes vem depois de desentendimentos públicos protagonizados por ele e Marinho no início deste mês. O Estadão/Broadcast revelou que Marinho disse, em um evento fechado da Ativa Investimentos, ser preciso encontrar uma forma de viabilizar o novo programa social do governo, mesmo que seja necessário, para isso, flexibilizar o teto de gastos, regra constitucional que proíbe o crescimento das despesas acima da variação da inflação.
Em resposta, Guedes afirmou que, caso as críticas de Marinho fossem verdadeiras, o chefe do Desenvolvimento Regional seria "despreparado, além de desleal e fura teto".
Guedes disse ainda que medidas do Banco Central como o Pix (novo sistema de pagamento que estreia dia 16) e o open banking (compartilhamento das informações dos clientes pelas instituições) irão acabar com o que ele chamou de “cartel bancário”. “Vamos escapar de cartel bancário de 200 milhões de trouxas nas mãos de quatro bancos. E também em outros setores. Não é quebrar ninguém, queremos que crescimento futuro seja melhor distribuído”, completou.
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