Fed não esclarece incertezas; mercados oscilam

A ata da última reunião do banco central dos Estados Unidos (Fed) mexeu com o mercado e não diminuiu a cautela dos investidores com as expectativas em relação ao comportamento dos juros norte-americanos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A ata da última reunião do banco central dos Estados Unidos (Fed), realizada em 10 de maio, que decidiu elevar o juro para 5% ao ano, divulgada hoje chegou a ser bem recebida pelo mercado financeiro, mas parece não ter diminuído a cautela dos investidores com as expectativas em relação ao comportamento dos juros norte-americanos. Resultado disso é que os mercados registraram forte oscilação. O documento destaca que a expectativa com inflação é "preocupante", mas é pequena. Segundo a ata, a inflação no segundo semestre deve ser menor. Contudo, o Fed já adiantou que a inflação precisa de um monitoramento atento, já que o dólar enfraquecido é um fator de grande risco para a alta dos preços no mercado norte-americano. O documento não sinaliza se os juros nos Estados Unidos continuarão subindo. Pelo contrário. "Há incertezas sobre a necessidade de mais aperto monetário e quanto", diz o texto. O documento revela ainda que a discussão sobre a decisão de política monetária que seria tomada naquela reunião variou "de manter a posição da política inalterada a elevar a taxa dos Fed Funds em 50 pontos-base". Os participantes acabaram decidindo, por unanimidade, elevar a taxa De juro norte-americana pela 16ª vez consecutiva em 25 pontos-base - de 4,75% para 5% ao ano. Refletindo os sinais conflitantes que eram dados pelos dados econômicos recentes, os dirigentes do Fed observaram, ao mesmo tempo, que "também estavam vendo riscos negativos para a atividade econômica", diz a ata, acrescentando que o efeito retardado de elevações anteriores da taxa dos juros nos Estados Unidos poderia ser maior do que se esperava. Em resumo, os participantes do Comitê do Fed concluíram que havia riscos de aceleração da inflação e de desaceleração do crescimento econômico. Oscilação No Brasil, a oscilação nos mercados foi forte. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ampliou a alta logo após o anúncio da ata da última reunião do Fed. Chegou à máxima de 1,15%, mas já perdeu força. Às 15h27, o Ibovespa - índice que mede o desempenho das ações mais negociadas da Bolsa - sobe 0,16%. O dólar comercial é cotado a R$ 2,3160 na ponta de venda das operações, em alta de 0,35%. Nos Estados Unidos, as bolsas estão em alta. O índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - opera com alta de 0,40%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e Internet - sobe 0,48%. EUA preocupa A atenção dos investidores com o mercado norte-americano é explicada pelos fortes reflexos que este mercado provoca nas economias do mundo todo. Se o juro nos EUA sobe, todas as economias ficam enfraquecidas, já que o consumo norte-americano se retrai. Além disso, a incerteza sobre o futuro econômico dos Estados Unidos acaba deixando os investidores inseguros. Com isso, eles migram de ativos mais arriscados (como o mercado de países emergentes) para ativos de menor risco (como os títulos da dívida norte-americana).

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