Um estudo elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para equacionar o déficit da Previdência Social no País propõe o debate de duas grandes alterações, tanto na forma de contribuição quanto no teto dos benefícios. Entre as propostas, a redução no teto de benefícios para três salários mínimos e a utilização do FGTS para fins previdenciário e de seguro desemprego. O trabalho foi divulgado hoje pelo especialista em Previdência e professor da USP, Hélio Zylberstajn. Segundo ele, seria necessário deixar o trabalhador escolher entre ficar no novo sistema ou migrar para o atual. A opção pela saída poderia incluir um bônus calculado com base em seu benefício futuro. "Esses recursos poderiam ser aplicados em algum produto de previdência complementar." De acordo com Zylberstajn, a segunda proposta é de que todo o trabalhador tenha um valor de seis meses de salário imobilizado no FGTS para atuar como seguro desemprego. "Acima desse valor, seria um fundo para a aposentadoria. Dessa forma, um quarto do salário na aposentadoria estaria garantido." O resultado preliminar das simulações, relata o especialista, indica que, se a aposentadoria fosse permitida neste molde (aos 65 anos, com 35 de contribuição, 12% de alíquota e teto de três salários), a contribuição poderia cair para cerca da metade. O déficit da Previdência, calcula, gira em torno de três vezes o Produto Interno Bruto (PIB), sendo 1,7 PIB a dívida junto ao setor privado e 1,4 PIB junto ao setor público. "As alterações promovidas no Senado em relação à reforma proposta reduzem o resultado da reforma e, se o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar inconstitucional a contribuição de inativos, só 3% da dívida apresentará redução", adverte.