Contrariando a expectativa de especialistas, a França não entrou em recessão no terceiro trimestre do ano. A confirmação veio ontem, em Paris, com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e de Estudos Econômicos (Insee). Pelo balanço, o país cresceu 0,14%, revertendo o resultado do trimestre anterior, que havia sido de 0,3% negativo. Assim, os franceses escapam, por uma fração, da onda que já arrastou Alemanha, Reino Unido, Itália, Irlanda e o conjunto da zona do euro. A cifra divulgada ontem indica "crescimento estatisticamente não significativo", segundo reiterou o diretor do Departamento de Conjuntura Econômica do instituto, Eric Dubois. Mas seu conteúdo simbólico é importante, porque na prática impede que a França seja incluída no rol dos países em recessão técnica - caracterizada por dois trimestres seguidos de decrescimento. O melhor desempenho da França, se comparado ao de economias como a alemã, a britânica e a italiana, deveu-se em linhas gerais a dois fatores: consumo familiar e investimentos privados acima do previsto - alta de 0,3%. Os dois indicadores, ressalta Dubois, foram verificados pelo Insee antes da espiral de perdas nas bolsas, que agravou a crise de outubro. Embora indique estagnação, o resultado foi comemorado pela ministra da Economia, Christine Lagarde. "A França cresceu 0,14%. É uma boa nova", disse em entrevista à rádio RTL. No mês passado, membros da equipe econômica de Sarkozy foram criticados pela imprensa por não admitir que o país estivesse decrescendo.