Fundos de pensão: previsões

Taxação das aplicações dos fundos de pensão poderá ter reflexo na política de juros, nos benefícios futuros dos participantes e na geração de emprego na construção civil. Mudanças na lei acabariam quebrando confiança do investidor e rebaixando o rating.

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Por Agencia Estado
Atualização:

A taxação das aplicações dos fundos de pensão poderá ter reflexo não somente sobre o mercado financeiro, com a saída de recursos dos investimentos mantidos pelas instituições, mas também na política de juros do governo, nos benefícios futuros dos participantes e na geração de emprego na construção civil. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Abrapp), Carlos Duarte Caldas. Segundo Caldas, os fundos de pensão representam hoje o principal instrumento de poupança interna, o que ajuda o governo na sua política de juros. "Em caso de instabilidade econômica interna ou externa, como ocorreu durante as crises da Ásia e russa, o governo é obrigado a oferecer taxas de juros altíssimas." Por isso, de acordo com Caldas, os projetos de lei sobre a previdência complementar que estão tramitando no Congresso estão voltados para a formação de poupança de longo prazo. Segundo Caldas, em agosto o levantamento da Abrapp indicou que os fundos mantinham aplicado, no mercado, R$ 128 bilhões. Desse total, 25% estavam investidos diretamente em ações nas bolsas; 11%, também em renda variável, por intermédio de fundos de investimento; 39%, em renda fixa, em títulos públicos e privados; 8%, em imóveis e fundos imobiliários; 2%, em empréstimos aos participantes; e 15%, em outros tipos de investimento, como o financiamento da casa própria para o contribuinte e debêntures. Fundos de pensão no financiamento da construção de imóveis Caldas ressalta que, além da atuação no mercado de capitais, os fundos de pensão são um dos principais investidores no financiamento da construção de imóveis, seja por intermédio da participação em fundos imobiliários, seja pela aquisição de recebíveis (antecipação de receitas futuras). Outra conseqüência da taxação poderá ser a redução do futuro benefício do participante. De acordo com Caldas, atualmente a maioria dos fundos de pensão possui planos de contribuição definida, em que o saldo final do participante define o benefício no momento da aposentadoria. "Quanto maior a taxação, menor o saldo e, conseqüentemente, menor a renda." Reflexo no rating Segundo Nélson Rogieri, diretor da NPR Consultoria e Economia, especializada em previdência privada, as mudanças na legislação nas aplicações, mesmo dos fundos de pensão, acabam tendo reflexo na avaliação de risco do Brasil pelas agência internacionais de classificação de crédito. "Esse tipo de atitude quebra a confiança do investidor e rebaixa a classificação do Brasil."

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